Impulsionado pelas remessas de minério de ferro, petróleo e soja, o mercado viu saltar o volume exportado pelo Brasil para a China em 49,1% no primeiro bimestre de 2024, comparado com igual período de 2023, representando 43% do superávit de US$ 11,9 bilhões registrado pela balança comercial brasileira no período. É o que aponta o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quarta-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Conforme o documento, o resultado reforça a dependência das compras do país asiártico. O superávit da balança comercial brasileira alcançou US$ 5,4 bilhões em fevereiro, um recorde para o mês dentro da série histórica da pesquisa. “Começamos o ano com resultados favoráveis, mas há dúvidas que essa trajetória de resultados recordes possa se consolidar. As projeções indicam saldos ao redor de US$ 80 bilhões. Duas questões ficam no radar. A primeira é relativa ao crescimento da China, que poderá ficar abaixo dos 5% projetados pelo governo do país e, logo, afeta o crescimento das exportações brasileiras. A segunda é a reafirmação da concentração das exportações em commodities e no mercado chinês. “, afirma o relatório do Icomex.
Na pauta de exportações para a China, o petróleo responde por 25% das vendas brasileiras, o minério de ferro tem uma fatia também de 25%, enquanto a soja concentra 22%. No primeiro bimestre, a participação da China nas exportações brasileiras foi de 29,1%, com aumento em valor de 47% nas exportações (alta de 49,1% em volume). O saldo foi de US$ 5,2 bilhões, 43% do superávit total do Brasil”, frisou a FGV.