Policiais militares atenderam a um chamado, nesta segunda-feira, sobre compartilhamento de vídeos de nudez envolvendo adolescentes, na zona Norte de Porto Alegre. Segundo a corporação, as imagens foram produzidas através do uso de dispositivos de inteligência artificial.
Todas as vítimas e os suspeitos são menores de idade. Eles estudam em um tradicional colégio particular, localizado no bairro Higienópolis.
O fato ocorreu próximo às 11h45min. Os soldados do 11º BPM estiveram no estabelecimento de ensino e, depois, encaminharam os envolvidos à Delegacia de Pronto Atendimento da Divisão Especial da Criança e do Adolescente da Capital.
De acordo com a Polícia Civil, não houve flagrante. A instituição aponta que foram identificadas 11 vítimas. Todas cursam o 9º ano.
As suspeitas recaem sobre quatro alunos. Eles tiveram celulares recolhidos para análise. A investigação será coordenada pela 3º DP de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Os investigados podem responder de acordo com o artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente. O texto tipifica como crime simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. A pena é de um a três anos de reclusão, com multa.
O caso tem semelhanças com o ocorrido no Rio de Janeiro, também em duas escolas particulares, em novembro do ano passado. Na ocasião, 14 alunos do colégio Santo Agostinho e dois, do colégio Eleva Barra da Tijuca, na zona Oeste da capital carioca, tiveram celulares e computadores apreendidos. As buscas ocorreram na casa dos investigados.
Todos são estudantes investigados no RJ cursam o 7º e 9º ano. Pelo menos 20 meninas foram expostas. O caso foi levado à polícia carioca por pais das estudantes, após o compartilhamento das imagens adulteradas em grupos de aplicativo.
A inteligência artificial é desenvolvida através de programas capazes de reproduzir situações que simulam o comportamento humano. No caso dos estudantes, os suspeitos usaram fotos para, através do dispositivo, criar montagens simulando as colegas nuas.