A Lojas Renner teve um lucro líquido de R$ 526,9 milhões no quarto trimestre de 2023, número 9,4% maior do que os R$ 481,8 milhões registrados no mesmo período do ano imediatamente anterior. A melhora, em parte, acompanha o avanço da receita, que foi de 7,1%, chegando a R$ 3,8 bilhões entre outubro e dezembro. “As vendas ficaram em linha com as expectativas de um período de maior crescimento e ancoradas, basicamente, por maiores volumes de peças, inclusive na Black Friday e no Natal”, explica a varejista de moda, no documento publicado na noite desta quinta-feira.
“O fator preço perdeu relevância como detrator da jornada do cliente (NPS), as lojas de perfil popular diminuíram seu gap de performance versus as demais”, diz a Lojas Renner. Eles também destacam o crescimento de 17% das vendas digitais, cujo volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês), chegou a R$ 645,5 milhões. O custo das vendas ficou em R$ 1,69 bilhão, ante R$ 1,60 bilhão um ano antes, acompanhando o aumento das mercadorias vendidas. A margem bruta se manteve praticamente estável na base anual, com alta de 0,2 ponto percentual, chegando a 55,9% – mesmo com a incidência do Difal. O lucro bruto de varejo saltou 7,4%, para R$ 2,1 bilhões.
As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 7,8% na base anual, chegando a R$ 1,2 bilhão. O número acompanha a receita, com mais produtos vendidos, e tem impacto também, segundo a Lojas Renner, do novo centro de distribuição de São Paulo. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado de varejo ficou em R$ 1,004 bilhão, devido ao maior lucro bruto, e com a margem Ebitda recuando 0,4 ponto percentual, para 26,4%. O Ebitda consolidado foi praticamente igual, de R$ 1,007 bilhão, com alta de 9,7%.
Nos serviços financeiros, a Lojas Renner registrou um resultado positivo de R$ 3,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 34,6 milhões de um ano antes. As receitas subiram 3,8%, para R$ 443,9 milhões, mas o destaque ficou para as menores perdas com créditos, que caíram 11,5%, para R$ 270,7 milhões. “Se deu em razão das medidas adotadas na concessão, manutenção e cobrança para a melhora do perfil de crédito da carteira, que resultaram em uma menor necessidade de provisionamento de perdas do portfólio em atraso”, explica.
A carteira de crédito da varejista de moda caiu 2,7% no ano, encerrando dezembro de 2023 em R$ 6,1 bilhões. Para 2024, no entanto, os executivos enxergam espaço para uma cautelosa retomada. O resultado financeiro foi positivo em R$ 10,7 milhões, revertendo prejuízo de R$ 36,5 milhões do quarto trimestre de 2022, principalmente por conta dos maiores ganhos com juros sobre créditos tributários.