O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá apresentar um recuo no ritmo de crescimento quase pela metade em 2024. A estimativa é do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que espera avanço de 1,5%, contra alta de 2,9% no ano passado. Se confirmado, o Brasil deve crescer abaixo da média da América Latina e Caribe, região que o banco estima crescimento de 1,6% neste ano, depois da expansão de 2,1% em 2023, superando as expectativas de especialistas.
“Países de grande porte como Brasil e México propiciaram melhorias relevantes para o crescimento regional”, destaca o BID no estudo Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento. As expectativas para a região são influenciadas por um crescimento global mais baixo, taxas de juro ainda elevadas, preços estáveis das commodities, consolidação fiscal gradual e níveis da dívida relativamente altos, de acordo com o relatório.
RECUPERAÇÃO
O BID destaca que a subida de juros por parte dos bancos centrais da América Latina contribuiu para que a inflação anual média na região caísse para 3,8% em dezembro de 2023. Já a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe teve redução de 11 pontos porcentuais entre 2020 e 2023, embora essa trajetória tenha exibido desaceleração no ano passado, conforme o relatório. O BID prevê em seu cenário-base redução de 3 pontos porcentuais na relação dívida/PIB para a média dos países, para 56% até 2026. Em paralelo, o organismo traça um cenário de choques intensificados. Nessas circunstâncias, a dívida pública média dos países da América Latina e Caribe poderia chegar a 62% até 2026.