Decreto do governo deixa cesta básica fica mais saudável

Preço da cesta básica em Porto Alegre subiu 0,71% em fevereiro

O objetivo da importação do arroz é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno. Foto: CNA

Os brasileiros passaram a contar com uma nova composição da cesta básica de alimentos. O governo federal divulgou a lista dos alimentos, em uma iniciativa que visa promover uma alimentação mais saudável e equilibrada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto na última terça-feira, 5, que estabelece uma cesta básica com maior presença de alimentos in natura e regionais, e redução de itens altamente processados.

A nova cesta básica será composta por alimentos de dez grupos diferentes, incluindo feijões, cereais, raízes e tubérculos, legumes e verduras, frutas, castanhas e nozes, carnes e ovos, leites e queijos, açúcares, sal, óleo e gorduras, além de café, chá, mate e especiarias. Conforme dados apresentados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) indicam que mais de 33 milhões de brasileiros sofriam com a fome em 2022, e mais de 125 milhões não tinham acesso regular à alimentação adequada.

PREÇO

O preço da cesta básica em Porto Alegre subiu 0,71% em fevereiro, no comparativo com janeiro de 2024. O conjunto de alimentos passou a custar R$ 796,81. Nos primeiros dois meses do ano, a cesta acumula alta de 3,95%. Em comparação com fevereiro de 2023, o valor subiu 7,49%. Conforme o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre as capitais, Porto Alegre tem a quarta cesta mais cara.

Na avaliação mensal, em fevereiro de 2024, onze produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios: o arroz (6,63%), a banana (6,17%), o feijão (4,26%), o açúcar (3,79%), o leite (3,62%), o café (3,26%), a batata (3,29%), a farinha de trigo (0,89%), a carne (0,88%), o pão (0,81%), e a manteiga (0,37%). O tomate (-10,04%) e o óleo de soja (-0,26%) registraram queda de preço.

No acumulado de 2024, 12 produtos registraram alta nos preços: a batata (34,72%), o arroz (20,00%), o feijão (16,68%), o açúcar (6,12%), o leite (2,91%), a banana (2,90%), o óleo de soja (2,50%), o café (2,32%), o tomate (0,31%), a manteiga (0,29%) e o pão (0,07%). A carne bovina foi o único item que ficou estável (0,00%). No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em sete dos 13 produtos da cesta: batata (76,77%), tomate (54,18%), arroz agulhinha (38,55%), feijão (18,54%), açúcar refinado (13,54%), banana (9,67%) e e pão francês (1,26%).

Outros seis itens ficaram mais baratos: óleo de soja (-21,53%), café em pó (-13,99%), leite integral (-10,38%), farinha de trigo (-6,98%), carne bovina de primeira (-4,06%) e a manteiga (-1,22%). Em fevereiro de 2024, o trabalhador de Porto Alegre, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412,00, precisou trabalhar 124 horas e 09 minutos para adquirir a cesta básica.

Em fevereiro de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.302,00, o tempo de trabalho necessário foi de 125 horas e 16 minutos. Em janeiro de 2024, o tempo foi de 123 horas e 16 minutos. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em fevereiro de 2024, 61,01% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em janeiro de 2024, o percentual foi de 60,57%, e, em fevereiro de 2023 de 61,55%.

CONSUMO

Em fevereiro, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 107 horas e 38 minutos, maior do que o de janeiro, de 106 horas e 30 minutos. Já em fevereiro de 2023, a jornada média ficou em 114 horas e 38 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em fevereiro de 2024, 52,90% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em janeiro, 52,33% da renda líquida. Em fevereiro de 2023, o percentual ficou em 56,33%.

(*) com Jornal Correio do Povo