Produção industrial recua 1,6% em janeiro após dois meses em alta, diz IBGE

Na comparação com janeiro de 2023, houve avanço de 3,6%

Foto: FCA/Divulgação

A produção industrial recuou 1,6% na passagem de dezembro de 2023 para janeiro de 2024, após acumular expansão de 2,9% no período agosto-dezembro de 2023, indicador que o mercado estimava com recuo de 1,7%. Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Na comparação com janeiro de 2023, houve avanço de 3,6%. Em 12 meses, a indústria acumula avanço de 0,4%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado marcou a queda mais intensa desde abril de 2021 (-1,9%) e interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas: dezembro (1,6%) e novembro de 2023 (0,6%). “Mesmo com o setor industrial marcando uma variação negativa mais intensa desde abril de 2021, quando assinalou perda de 1,9%, verifica-se perfil disseminado de taxas positivas, alcançando 18 dos 25 ramos industriais pesquisados”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

Na passagem de dezembro para janeiro, duas das quatro grandes categorias econômicas e 6 dos 25 ramos pesquisados mostraram recuo na produção. Os destaques negativos ficaram com indústrias extrativas (-6,3%) e produtos alimentícios (-5,0%).

De acordo com Macedo, “a primeira atividade foi pressionada pela menor extração de petróleo e minério de ferro, interrompe dois meses consecutivos de crescimento na produção, período no qual acumulou expansão de 6,7%. A segunda teve como principal influência negativa a redução na fabricação de açúcar, eliminando parte da expansão de 11,3% acumulada no período entre julho e dezembro”, analisa. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%).

Por outro lado, entre as dezoito atividades que apontaram expansão na produção, produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%) e máquinas e equipamentos (6,4%) exerceram os principais impactos em janeiro de 2024.

AVANÇO

Na comparação com o mesmo período de 2022, setor industrial cresceu 3,6% em janeiro de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 25 ramos. Macedo explica que esse resultado “marcou o sexto mês seguido de crescimento na produção e a taxa positiva mais elevada desde junho de 2021, quando havia crescido 12,1%. Vale destacar que no índice deste mês, pela primeira vez desde agosto de 2022, observa-se perfil disseminado de taxas positivas, alcançando 17 dos 25 ramos industriais pesquisados”.

Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,1%), indústrias extrativas (6,5%) e produtos alimentícios (3,8%).

A atividade de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi impulsionada, principalmente, pela maior produção de óleo diesel, gasolina automotiva, querosenes de aviação e óleos combustíveis. Já as indústrias extrativas, pelos minérios de ferro, óleos brutos de petróleo e minérios de cobre e seus concentrados (em bruto ou beneficiados). No setor alimentício, pesou a influência de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja, sucos concentrados de laranja, complementos alimentares e suplementos vitamínicos e minerais, óleo de soja refinado e em bruto, açúcar refinado de cana-de-açúcar e carnes e miudezas de aves congeladas.