Conhecido como LG, o preso responde por 13 homicídios. A instituição aponta que ele comandava a facção Os Abertos, atuando no Loteamento Timbaúva, no bairro Mário Quintana, e na localidade conhecida como Cohab Rubem Berta.
O fugitivo foi captura por policiais do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A investigação foi da 5ª Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Daniel Queiroz.
Queiroz relata que, na última quinta-feira, em Gravataí, foi preso um homem considerado braço direito do foragido. Na ocasião, foram apreendidas duas pistolas. O comparsa revelou o paradeiro do fugitivo.
“A partir da prisão do homem de confiança do LG, soubemos que ele estava escondido em Torres. Vigiamos a parte externa da casa, até que ele apareceu na varanda. O imóvel tinha até uma rota de fuga. No entanto, quando o foragido percebeu que era a polícia, apenas disse ‘perdi, perdi’, e se rendeu”, destacou Queiroz.
LG era procurado desde dezembro de 2022. Ele cumpria pena de 20 anos de prisão. Apesar disso, o criminoso recebeu progressão ao regime semiaberto, mas não compareceu para a instalação da tornozeleira eletrônica e fugiu.
Segundo mais procurado da Capital
LG era considerado o segundo foragido mais procurado de Porto Alegre. Na frente dele estava o traficante conhecido como Red, preso no dia 21 de fevereiro, em Santa Catarina.
De acordo com dados da Secretaria estadual de Segurança, os dois líderes do tráfico teriam relação com pelo menos 112 homicídios em Porto Alegre, ocorridas em 2023. “No ano passado, 44% registradas na capital ocorreram na zona Norte. O motivo foram as disputas do tráfico, que são responsáveis por 80% das mortes no RS e no Brasil. Nosso recado é claro, quem cometer crimes contra a vida vai acabar preso, como foi o caso desses dois [LG e Red]”, enfatizou o secretário Sandro Caron.
Conforme o diretor do Dhpp, delegado Mario Souza, a prisão de LG e Red representam o fim de um capítulo na história do crime organizado “Em sete dias, capturamos duas grandes lideranças suspeitas de envolvimento em diversas mortes violentas em Porto Alegre e na região Metropolitana. Vamos apurar todo envolvimento deles no forte conflito entre criminosos ao longo do ano passado.”
Conflito gerou 50 mortes
As investigações apontam que LG causou um rompimento na facção, que gerou uma série de mortes. A briga dele seria com outra liderança, um homem conhecido como “Patinho”. A rixa teve início quando Patinho foi transferido para o Sistema Penitenciário Federal, em 2018, com LG assumindo o domínio dos pontos de tráfico.
Inconformado, Patinho teria ordenado o assassinato de um irmão de LG, o que acabou acontecendo, solidificando assim a cisão do grupo. Mesmo após a briga, LG permaneceu ocupando posição de destaque na organização criminosa até ser preso.
O conflito contabilizou mais de 50 vítimas em dois anos, segundo a Polícia Civil. Se destaca um ataque a tiros que vitimou quatro pessoas, entre elas uma mulher grávida, em setembro de 2023.
O quádruplo homicídio foi alvo da Operação Vendetta, que resultou na prisão de 12 executores. Na ocasião, também foi deferida a prisão preventiva de LG, como mandante.