O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 0,7 ponto em fevereiro, para 94,0 pontos. Esta foi a primeira queda em nove meses. No período entre junho de 2023 e janeiro de 2024, o índice havia acumulado altas de 4,5 pontos. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) nesta sexta-feira, 1º.
Os índices de Situação Atual e de Expectativas Empresariais do FGV IBRE sinalizam que os segmentos mais cíclicos da economia brasileira sustentam em fevereiro a tendência de aceleração iniciada no último trimestre do ano passado, mas que esta tendência pode perder força nos próximos meses.
“A revisão para baixo está associada principalmente às previsões menos otimistas para a evolução da demanda nos próximos três meses, especialmente nos setores do Comércio e de Serviços. Enquanto isso, as expectativas permaneceram estáveis na Indústria e melhoraram na Construção, demonstrando resiliência e otimismo deste setor em relação a 2024”, avalia Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE.
Em fevereiro, o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) caiu 2,2 pontos, para 92,1 pontos, um resultado que pode ser atribuído a uma piora das perspectivas para a demanda nos três meses seguintes. O indicador que mede a evolução desta variável recuou 3,5 pontos, para 90,3 pontos, com ajustes significativos nos segmentos do Comércio e dos Serviços.
CONTRATAÇÕES
No sentido oposto, houve uma alta de 1,2 ponto no indicador que mede o ímpeto de contratações, que alcançou 97,9 pontos, puxado pelo bom resultado da Indústria. Já o indicador que mede o otimismo com o ambiente de negócios seis meses à frente recuou 0,9 ponto, para 94,1 pontos, mantendo-se na faixa entre 94 e 95 pontos pelo terceiro mês seguido. O Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) avançou 0,7 ponto no mês, para 95,8 pontos, com leve alta tanto no componente Demanda atual quanto no de Situação atual dos negócios.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. A confiança da Indústria acomodou em fevereiro após quatro meses em alta, período em que houve melhora nas avaliações sobre a demanda e normalização dos estoques.
A confiança em Serviços e no Comércio recuou em 1,5 e 1,0 ponto, respectivamente, para 94,2 e 89,5 pontos. No sentido oposto, o Índice de Confiança da Construção avançou 1,8 ponto, para 97,6 pontos, voltando a ser o mais alto entre os índices dos quatro grandes setores pesquisados, condição que perdurou durante todo o segundo semestre de 2023 e havia sido interrompida mês passado, quando a Indústria havia registrado o maior nível de confiança.
Em fevereiro, a confiança empresarial subiu em 51% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação inferior à observada no mês anterior. Houve um notável aumento da difusão de alta no setor de Construção e uma queda no de Serviços.