Confiança do Comércio recua após três meses consecutivos, aponta FGV

Queda foi influenciada por uma reavaliação nas perspectivas para os próximos meses

Crédito: Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 1,0 ponto em fevereiro, para 89,5 pontos, após três altas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu pelo terceiro mês consecutivo, agora em 0,4 ponto, para 89,8 pontos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). A confiança do comércio cai em fevereiro exclusivamente influenciada por uma reavaliação nas perspectivas para os próximos meses, cujo índice apresentou resultado negativo em cinco dos seis principais segmentos.

Por outro lado, a redução do pessimismo nas avaliações sobre o momento atual sugere um cenário mais favorável, ainda que modesto, com resultados positivos em relação ao volume de demanda atual. Para que a recuperação do ISA-COM indicada seja sustentada nos próximos meses, é crucial que se mantenham o avanço do mercado de trabalho e da redução do endividamento das famílias. Esses indicadores, diretamente ligados ao consumo, ainda geram incerteza causando oscilações nas expectativas”, avalia Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE. 

Em direção contrária, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 3,4 pontos, para 93,3 pontos. A alta no ISA-COM foi influenciada pela melhora no indicador que avalia o volume de demanda atual que avançou 6,3 pontos, para 95,0 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (97,8 pontos). As avaliações sobre a situação atual dos negócios se mantiveram relativamente estáveis, ao variar 0,4 ponto, para 91,7 pontos.

DEMANDA

Apesar da reversão registrada em fevereiro no ISA-COM, a proporção de empresas que indicava a demanda insuficiente como um fator limitativo para a expansão dos negócios segue relativamente alta, ao registrar 31,4% em médias móveis trimestrais. Essa parcela atingiu 20,7% das empresas nos segmentos de bens essenciais (hiper e supermercados, farmacêuticos e combustíveis), enquanto nos demais bens o percentual é de 36,4%. “A retomada do mercado de trabalho trouxe benefícios às atividades associadas à renda, ampliando o distanciamento do consumo em relação aos demais bens, que ainda são penalizados por crédito caro e comprometimento da renda familiar”