Depois de adiar algumas vezes, a Americanas divulgou seu balanço dos nove primeiros meses do ano passado. A rede varejista registrou prejuízo líquido de R$ 4,61 bilhões no período, o que representa uma queda de 23,5% em relação ao prejuízo líquido de R$ 6,02 bilhões nos nove primeiros meses de 2022.
O resultado de 2022 foi reapresentado em novembro de 2023 em razão das fraudes nos balanços da companhia que a levaram à recuperação judicial. “Ninguém quer se aproximar da Americanas”, diz o analista Bruno Corano, sobre a repercussão das notícias em Wall Strett (EUA) sobre a empresa
“A Americanas se tornou um grande imbróglio. E não só para ela própria, mas para as empresas envolvidas, para os gestores, para os bancos que concediam crédito. O caso impactou todos e também, de certa forma, na credibilidade de alguns negócios do setor em que a companhia está inserida e no Brasil”, diz Corano.
Na opinião do analista em Wall Street, a percepção é de que essas coisas podem acontecer, mas não deveriam. O que chama atenção para a Americanas, conform Corano, é o grande questionamento: se realmente ela vai conseguir se reestabilizar, se recuperar, ou não. Se a resposta for não, vemos apenas um prolongamento, eu diria, desnecessário, e que pode ser até mais nocivo.
A situação da gigante varejista não é nada boa, porque a empresa ainda não demonstra o nível de governança e transparência mínimo necessário quando o seu próprio auditor se nega a opinar sobre o tema.
“Ninguém quer se aproximar da Americanas porque todos que estão próximos acabam se contaminando: a auditoria os bancos que emprestam dinheiro, os fornecedores, que têm risco de não receber, os funcionários, que correm o risco de perder o emprego“, diz ele.