A indústria brasileira de cartões encerrou o ano passado com um movimento de R$ 3,7 trilhões. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e representam 10,1% acima do verificado em 2022. O movimento com cartões de crédito, que tiveram R$ 2,4 trilhões em transações no ano passado, um crescimento de 12,1%, foram os principais responsáveis pelo resultado. O cartão de débito cresceu apenas 0,1% movimentando R$ 1 trilhão no ano passado.
No cartão pré-pago, as transações cresceram 34,1% em relação a 2022, para R$ 321,2 bilhões, mesmo com o teto no intercâmbio da modalidade, que desestimulou a emissão desse tipo de cartão por bancos e fintechs. No quarto trimestre, o setor movimentou R$ 1 trilhão, um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que R$ 664 bilhões foram através do crédito, um crescimento de 12,8%.
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Segundo aassociação, o volume de compras não presenciais com cartões foi de R$ 830 bilhões no Brasil no ano de 2023, um crescimento de 13,2% em relação ao ano anterior. O maior volume foi o do crédito, que somou R$ 799,9 bilhões, alta de 12,8% em um ano. Ricardo Vieira, presidente da entidade, afirmou que o grande destaque foi o crescimento do uso do cartão de débito no mundo online: a alta foi de 28,3% em relação a 2022, para R$ 14,3 bilhões. “O crescimento do débito é um reflexo das ações das bandeiras e da indústria”, disse.
Outro segmento que apresentou expressiva alta foi o das compras presenciais pagas através da tecnologia NFC, por aproximação, que chegaram a R$ 986,4 bilhões, alta de 70,1% em relação a 2022. A maior alta foi do pré-pago, de 76,3%, para R$ 180,4 bilhões. “A aproximação representa quase 55% dos pagamentos com cartão no mundo físico”, afirmou Vieira.
Segundo a Abecs, os gastos de brasileiros no exterior com o uso de cartões somaram US$ 13,2 bilhões no ano passado. Os pagamentos no exterior foram o indicador mais pressionado durante a pandemia da covid-19, dado que o brasileiro viajou menos e muitos países impuseram importantes barreiras sanitárias para viajantes provenientes do País. A entidade calculou os gastos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 5,5 bilhões no ano passado, um crescimento de 39,8% em relação ao ano de 2022.