Em meio à crise econômica, o volume exportado pelo Brasil para a Argentina recuou 31,5% em janeiro de 2024 ante janeiro de 2023. O resultado fez com que a participação da Argentina nas exportações brasileiras representasse apenas 2,8% em janeiro, a menor para esse período do ano. O cenário consta do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A variação em valor das exportações foi de 18,5% e as importações recuaram em 0,1% na comparação interanual do mês de janeiro entre os anos de 2023 e 2024. O aumento do volume exportado em 21,1% superou o das importações, 9,7%. No caso dos preços, o recuo nas importações de 8,8% ultrapassou o das exportações, 2,0%.O aumento das exportações foi liderado pelas commodities, que cresceram em volume 31,5%, enquanto a variação, entre os meses de janeiro de 2023 e 2024, das não commodities foi de 1,6%. A queda nos preços das commodities foi de 2,3%.
O desempenho por setor de atividade mostra a liderança da indústria extrativa, onde as exportações cresceram em valor 53,1%, na comparação entre os meses de janeiro. Esse resultado é explicado pela variação de 44,4% em volume e de 5,9% nos preços. Destacam-se as vendas de petróleo bruto (17,8% do total exportado) com aumento de 53,4%, em valor, impulsionado pelo aumento de volume (61,8%), pois os preços recuaram. Em seguida, as exportações de minério de ferro (participação de 10,5%), com aumento em valor de 56,9%, sendo 20% no volume e 30,8% nos preços.
A agropecuária também apresentou variação positiva em volume (33,0%), mas queda de preços. A liderança coube às exportações de soja (participação de 5,4% nas exportações totais) com aumento de volume e queda de preços. A variação no valor exportado da indústria de transformação foi de 6,3%, com aumento de volume (7,1%) e preços estáveis.
CHINA
Entre os principais parceiros, as exportações para a China cresceram, em valor, 53,7% e para os Estados Unidos em 26,8%. Para a União Europeia, as vendas externas recuaram em 17,7% e para a Argentina em 25,4%. No caso da Argentina, a participação do país nas exportações brasileiras foi de 2,8% em janeiro, o menor percentual na série histórica de janeiro. O segundo menor foi na crise do início dos anos 2000, 3,5% em janeiro de 2022. Um reflexo da atual crise foi a queda nas vendas de automóveis de passageiros, que registraram retração em valor de 38,2%.
No caso das importações, a China liderou a variação positiva no mês de janeiro em termos de valor (10,2%) e volume (32,6%) e variação negativa dos preços (-16,4%). O volume recuou para os Estados Unidos e a União Europeia e cresceu 1,9% para a Argentina. A China contribuiu com US$ 2,7 bilhões e os Estados Unidos com US$ 244 milhões para o superávit da balança comercial de janeiro. Argentina e União Europeia registraram saldos negativos. Os saldos positivos da África (US$ 855 milhões), Oriente Médio (US$ 990 milhões) e América do Sul.