O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo território nacional, subiu 0,3% entre os meses de novembro e dezembro de 2023. O avanço do indicador no quarto trimestre de 2023, em relação ao trimestre anterior, também foi de 0,3%, lembrando que o indicador havia iniciado o período com uma queda de 0,8%, seguida de uma alta de 1,2%.
Na série de dados originais houve aumento de 2,4% na comparação com dezembro do ano passado e de 2,9% na comparação do 4º trimestre de 2023 contra igual período de 2022. Tal variação fez com que o resultado acumulado no ano acelerasse, passando de 1,1% ao final de setembro para 1,7% em dezembro.
“A curva de longo prazo do indicador terminou o ano de 2023 acelerando e apontando crescimento de 1,7%, maior que o crescimento observado em 2022, de 1,3%. Isto se deve a vários fatores, como a melhora nos números de emprego e renda real. Esta melhora também foi percebida na avaliação mês a mês do indicador, foram nove altas ao longo de 2023 e o número dessazonalizado de dezembro ficou 2,5% acima do número final de 2022”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Para ele, apesar do resultado positivo, o ano foi bastante desafiador ao varejo e este crescimento ainda é considerado baixo. Outros fatores não contribuíram tanto, como os juros, o endividamento e o comprometimento de renda das famílias. Os três ainda são elevados, mas estão em queda, o que pode ser um bom sinal para 2024.
“Outro ponto importante é que o crédito pode manter o ritmo de crescimento atual ou até crescer um pouco mais, ao contrário da forte desaceleração observada ao longo do ano passado. Por fim, ficou claro, sobretudo nas datas especiais do varejo, que o consumidor está mais atento a preços e promoções, então a competição tende a ser acirrada, ainda mais em relação aos segmentos que competem com plataformas estrangeiras”, concluí Calife.