Cerca de 150 pessoas, entre empreendedores e colaboradores de empresas do varejo de diferentes segmentos e partes do Rio Grande do Sul, estiveram presentes no “Pós-NRF”, evento realizado pela Fecomércio-RS em sua sede, em Porto Alegre. O objetivo do encontro foi difundir os ensinamentos e experiências angariados pela comitiva da entidade empresarial que, no mês passado, participou da NRF Retail’s Big Show, em Nova York, a mais importante feira de varejo e consumo do mundo.
A proposta foi ressaltar como as principais e mais atuais tendências do setor podem ser aplicadas nos negócios gaúchos, independentemente de seu porte. Temas como inteligência artificial, o olhar atento para a “Geração Z” e a conexão entre lojas físicas e digitais foram destaques.
“Os dirigentes da Federação que participaram da NRF foram olhos e ouvidos dos empresários gaúchos nessa missão, o que corrobora o protagonismo da Fecomércio do Rio Grande do Sul em entender a importância da inovação e de buscar conexão com o que é tendência e sucesso entre gestores, estrategistas e pensadores americanos”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn. “São os destaques e detalhes trazidos dessa experiência que fazem a diferença entre o sucesso ou fracasso na hora das vendas e de fechar bons negócios”, reforçou.
Dentre os destaques trazidos por Fabiano Zortéa, coordenador estadual de varejo do Sebrae-RS, esteve o fato de que é preciso ter um olhar especial à chamada “Geração Z”, da faixa etária dos 14 aos 29 anos de idade, tanto como clientes quanto como potenciais colaboradores. “Essa é uma turma muito inquieta, que é multiplataforma e que busca fluidez no trabalho. Nós precisamos estudar sobre eles e, ao invés de conflitar com os seus costumes, encontrar pontos de intersecção e interesse comum”, apontou.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O tema que tomou grande parte da NRF e também do evento nesta terça-feira foi a inteligência artificial (IA) e como ela pode ser aplicada nos negócios. “A IA já existe há muito tempo, mas o diferencial agora é que o feedback dela é muito mais personalizado e individualizado”, comentou a diretora administrativa da Fecomércio-RS, Maria Tereza Menegotto. A empresária contou que já utiliza o ChatGPT em sua empresa para a elaboração de contratos. “Assim, estamos ganhando em produtividade e tempo. Não adianta lutarmos contra essa tecnologia, nós temos que saber utilizá-la”, reforçou.
Dados divulgados na NRF apontam que 80% dos varejistas vão usar inteligência artificial até 2026. “É um auxílio que está aí, com opções gratuitas, e que está se oferecendo de forma muito contundente para melhorar os nossos negócios”, opinou Zortéa. Ele citou como exemplo diversas aplicações, desde mais simples, como o uso para a produção de textos para redes sociais, até mais complexas, como em câmeras que sinalizam aos clientes se eles estão esquecendo de comprar itens usuais ou, ainda, e-commerces intuitivos que dialogam com os consumidores de acordo com suas preferências.
LOJA FÍSICA
A missão em Nova York apontou que não há risco de a loja física ser extinta, como esperava-se no passado com a popularização das lojas digitais. Contudo, ensinou que é preciso repensar o presencial, focando na experiência do consumidor. Pesquisas apresentadas na NRF apontam que os clientes têm se deslocado às lojas, principalmente, para testar, retirar e devolver produtos, ou aproveitar promoções. Contudo, destacam o valor da “experiência presencial”, ao trazer a “vibe” da loja, a descoberta de algo novo e bons vendedores como pontos positivos apontados por quem optou pelo presencial. “O problema é achar operações que entregam isso”, alertou Zortéa.
Dados divulgados na NRF apontam que consumidores “phygitais” (que utilizam o meio físico e digital para fazer suas compras) gastam de 15 a 30% a mais do que os clientes que têm contato com a loja em apenas um canal. Por isso, a importância das marcas se esforçarem para o sucesso em gerar uma experiência de venda alinhada entre ambos os canais.