Valor da cesta básica sobe em 16 capitais em janeiro, aponta Dieese

Custo em Porto Alegre apresentou uma elevação de 3,21% e chegou a R$ 791,77

A batata teve um aumento de 17,96% no período | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP

No primeiro mês de 2024, o custo da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. A única redução ocorreu em Fortaleza (-1,91%), percentual que em Porto Alegre apresentou uma elevação de 3,21% em igual período.

Florianópolis foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 800,31), seguida por São Paulo (R$ 793,39), Rio de Janeiro (R$ 791,77) e Porto Alegre (R$ 791,16). As elevações mais importantes foram registradas em Belo Horizonte (10,43%), Rio de Janeiro (7,20%), Brasília (6,27%) e Goiânia (6,18%).

COMPARAÇÃO ANUAL

A comparação dos valores da cesta, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, mostrou que nove capitais tiveram alta de preço, com destaque para as variações das cidades do Sul: Florianópolis (5,21%), Curitiba (4,47%) e Porto Alegre (4,47%). Outras oito apresentaram taxas negativas que oscilaram entre -9,47%, em Recife, e -0,26%, em Salvador.

Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de Florianópolis, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em janeiro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.723,41, ou 4,76 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em dezembro de 2023, quando o salário mínimo foi de R$ 1.320,00, o valor necessário ficou em R$ 6.439,62 e correspondia a 4,88 vezes o piso mínimo. Em janeiro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.641,58 ou 5,10 vezes o valor vigente.

HORAS TRABALHADAS

Em janeiro de 2024, mesmo com o aumento de 6,97% no salário mínimo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 106 horas e 30 minutos. Em dezembro de 2023, antes do reajuste, a jornada média ficou em 109 horas e 03 minutos, e, em janeiro de 2023, em 116 horas e 22 minutos. Em Porto Alegre são necessários 123h16m, uma variação de 4,47% em 12 meses.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em janeiro de 2024, 52,33% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em dezembro de 2023, com o salário mínimo no valor de R$ 1.320,00, o trabalhador precisou usar 53,59% da renda líquida para essa compra. Em janeiro de 2023, o percentual ficou em 57,18%.