IGP-DI tem queda de 0,27% em janeiro, diz FGV

Com este resultado, o índice acumula queda de 3,61% em 12 meses

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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)  caiu 0,27% em janeiro, o menor resultado desde julho de 2023, quando o índice havia registrado queda de 0,40%. No mês de dezembro, a taxa havia sido de 0,64%. Com este resultado, o índice acumula queda de 3,61% em 12 meses. Em janeiro de 2023, o índice havia variado 0,06% e acumulava elevação de 3,01% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

Conforme os técnicos, os preços dos Produtos Agropecuários, conforme medidos pelo índice ao produtor, que haviam registrado um aumento de 3,64% em dezembro, apresentaram uma queda de 1,48% em janeiro. Essa redução marcou o fim da tendência de aceleração na variação de preços que começou em outubro. Esse movimento foi influenciado pela sazonalidade e pelas preocupações com os impactos do fenômeno El Niño na próxima safra.

No entanto, a partir de janeiro, observou-se uma diminuição nos efeitos sazonais e, considerando as precipitações nas áreas produtivas, os danos previstos pelo El Niño parecem ser menos severos do que o esperado. Essa perspectiva é reforçada pela tendência de queda nos preços de commodities significativas, como a soja, que passou de uma alta de 1,30% para uma queda de 11,28%, e a cana-de-açúcar, que se moveu de um aumento de 0,30% para uma redução de 1,33%”, destacou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,59% em janeiro. No mês anterior, o índice havia subido 0,79%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 1,06% em dezembro para 0,57% em janeiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de 9,97% para 4,28%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,18% em janeiro, após subir 0,30% em dezembro.

GRUPOS

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,25% em dezembro para -1,18% em janeiro. O principal responsável pela taxa menos negativa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de -1,09% para -0,01%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,30% em janeiro, ante queda de 0,71%, no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 1,12% em janeiro, após alta de 2,90% em dezembro. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: soja em grão (1,30% para -11,28%), milho em grão (12,94% para 0,07%) e café em grão (9,59% para 2,09%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: mandioca/aipim (1,11% para 5,76%), leite in natura (-1,02% para 0,39%) e laranja (7,01% para 8,19%). 

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,61% em janeiro. Em dezembro, o índice variara 0,29%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (0,42% para 2,59%), Alimentação (1,01% para 1,54%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,10% para 0,30%), Comunicação (-0,39% para 0,13%) e Despesas Diversas (0,10% para 0,19%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: cursos formais (0,00% para 6,65%), hortaliças e legumes (7,07% para 10,08%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,47% para 0,04%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,49% para 0,60%) e despachante (-0,08% para 0,65%).

Em contrapartida, os grupos Vestuário (0,52% para -0,27%), Habitação (0,24% para 0,10%) e Transportes (-0,03% para -0,17%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: roupas (0,48% para -0,34%), aluguel residencial (0,03% para -1,24%) e tarifa de táxi (9,47% para -7,50%).