Ata do Copom aponta avanço no combate a inflação

Documento sinaliza um freio menor na economia brasileira em relação aos meses anteriores

Foto: Marcello Casal Jr./ABr

elementos na economia brasileira que apontam uma “atenuação da desaceleração econômica” – ou seja, um freio menor na economia brasileira em relação aos meses anteriores. Esse movimento é motivado pelo aumento da renda das famílias a partir do reajuste do salário mínimo e da ampliação dos benefícios sociais, além de um mercado de trabalho mais resiliente. A análise feita pelo Banco Central faz parte da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, que definiu o corte da taxa básica de juros (Selic) de 11,75% para 11,25%. Foi o quinto corte seguido e, com isso, a taxa chegou ao menor nível em dois anos.

Na ata, o BC avaliou que as expectativas de inflação “seguem desancoradas” em relação às metas centrais, ou seja, as projeções dos analistas do mercado estão acima do objetivo fixado pelo Conselho Monetário Nacional, e que, por isso, “são um fator de preocupação”. “O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, informou o BC.

RECOMPOSIÇÃO FAVORÁVEL

Entretanto, acrescentou que “houve um progresso desinflacionário relevante”, em linha com o antecipado pelo Comitê, mas ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política de juros. “Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra”, avaliou o Copom.

O Banco Central também observou que, por outro lado, uma “recomposição favorável de preços relativos”, uma “dinâmica benigna de ‘commodities’ [produtos básicos, como alimentos, minérios e petróleo] ou uma menor inflação de serviços poderiam potencialmente contribuir para um processo desinflacionário mais célere”.

A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Para 2025, a meta passou a ser contínua em 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida.