O setor calçadista fechou 20,75 mil postos de trabalho em 2023, maior volume de demissões desde 2020, durante a pandemia, quando a atividade perdeu 23 mil vagas. Os dados são da Associação Brasileiras das Indústrias de Calçados (Abicalçados) ao apontar que as empresas do ramo encerraram o ano com 275,58 mil trabalhadores, 7% a menos do que em 2022.
Em 2023, o principal empregador do setor calçadista foi o Rio Grande do Sul, que encerrou o ano com a perda de 4,77 mil empregos e somando um estoque de 82,17 mil postos de trabalho na atividade, 5,5% menos do que em 2022.
Conforme o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o setor sofreu impacto do desaquecimento da economia internacional, com queda nas exportações, e também do aumento das importações de calçados da Ásia. Conforme dados da associação, em 2023 foram importados 28,36 milhões de pares de sapados, que corresponderam a US$ 442,73 milhões, altas de 9,8% e 20,6%, respectivamente. E esses números não incluem as importações via compras em plataformas digitais.
“Se perdermos o mercado internacional e o mercado nacional para as importações, como vamos sustentar a indústria? Já alertamos o Governo sobre a concorrência desleal e os seus impactos, mas até agora nenhuma atitude foi tomada”, lamenta Ferreira.