O reflexo das intensas chuvas nas regiões produtoras brasileiras poderá pesar no bolso do brasileiro nos próximos meses, pois tem contribuído para deixar o preço dos alimentos mais caros, em especial em estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os preços dos alimentos e bebidas subiram 0,56% em dezembro, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) daquele mês, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Analistas consideram que esta variação ainda não terá maior reflexo no indicador da inflação oficial do Brasil, especialmente os preços de hortaliças, legumes, verduras e frutas em geral, que será divulgada nesta quinta-feira, 8.
O destaque nos valores de hortifruti fica por conta do pepino, com alta de 35,32%, seguido pela batata-inglesa (19,09%), abobrinha (16,25%), repolho (11,88%) e tubérculos, raízes e legumes (8,09%). Entre as frutas, laranja-baía (22,15%), maracujá (21,89%), limão (20,48%), tangerina (12,59%), abacate (9,54%), laranja-pera (9,49%) e banana-prata (8,24%), tiveram as maiores altas.
Conforme André Braz, economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) o efeito El Niño faz com que os itens ficassem mais caros. Para ele, a proximidade com o outono fará esses preços ficarem mais baixos. Devido às chuvas, houve atraso no plantio de arroz no Rio Grande do Sul no segundo semestre de 2023, enquanto na Índia, maior exportador global de arroz, a falta de chuvas, pior dos últimos 10 anos, comprometeu a safra de arroz.