A prefeitura de Porto Alegre pretende reabrir em breve a licitação para a implantação do novo sistema de recolhimento de resíduos recicláveis em quatro bairros da área central. De acordo com informação do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), o certame foi suspenso no início deste ano para mudanças nos termos da contratação, entre elas a readequação orçamentária.
A ideia era implantar de forma experimental um modelo de descarte de materiais como metal, papel, vidro, caixas e plásticos em contêineres específicos para esta finalidade. A fase de testes iniciaria com 500 unidades espalhadas pelos bairros Centro Histórico, Cidade Baixa, Praia de Belas e Menino Deus, abrangendo aproximadamente 90 mil moradores. Atualmente a população dessas regiões deposita os resíduos ao lado dos contêineres para o lixo orgânico, e apenas nos dias específicos desta coleta.
O edital, suspenso no dia 9 deste mês, também previa que os atuais contêineres de cor cinza passariam a receber descartes orgânicos e rejeitos em toda a área da cidade onde o sistema já opera. De acordo com o DMLU, a coleta mecanizada atinge 20% do território da Capital e está concentrada nos bairros mais densos e centrais.
Conforme o diretor-geral do DMLU, Paulo Marques, a suspensão da licitação aberta no dia 20 de dezembro no ano passado se dá de forma temporária, para ajustes. “Havia a necessidade de uma alteração planilha de custos, como salário mínimo, diesel e convenção coletiva de trabalhadores. Não há nenhum prejuízo nesta suspensão temporária.
“Estamos aguardando o termo de ajuste. Esperamos publicar um novo edital já nos próximos dias”, afirmou o diretor, embora prefira não estimar uma data. Marques garante ainda que estará prevista no contrato com a empresa vencedora a realização de ações de conscientização ambiental.
Problema que perdura
A concorrência para a coleta mecanizada é mais um capítulo da novela envolvendo prefeitura e as empresas contratadas para a execução do serviço. As divergências surgiram no início de 2023, com rompimento de contrato por parte da gestão municipal, que apontou falhas da empresa prestadora. Posteriormente o município, realizou contratação emergencial de um novo consórcio. Desde então surgem queixas da população por acúmulo de lixo e contêineres avariados em diferentes pontos da Capital. “Daniel Dambrowiski Melo, 52 anos, tem um restaurante no Centro Histórico e relata problemas com lixo espalhado. “Não importa se é orgânico ou reciclável, minutos após descartarmos, vira uma bagunça.