Analistas consideram que Copom deve anunciar hoje o quinto corte seguido da taxa Selic

Se confirmado, taxa de juros passará para 11,25% ao ano, contra os atuais 11,75%

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira, dia 31 de janeiro, o novo patamar da taxa básica de juros do país, a taxa Selic. Na reunião iniciada nesta terça-feira, o Comitê deve reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual que passaria para 11,25% ao ano, contra os atuais 11,75%. A redução é prevista pelo mercado.

“Diante dos recentes indicadores econômicos no Brasil, notadamente o IBC-BR de novembro e o IPCA 15 de janeiro, que sinalizam um enfraquecimento da economia, acreditamos que o ciclo de redução da taxa de juros será mantido nas próximas reuniões”, diz a analista chefe Money Wise Research, Cleide Rodrigues.

Se confirmado, será o quinto corte seguido da taxa, que começou a recuar na reunião que aconteceu no início de agosto. Na ocasião, o Copom reduziu a Selic de 13,75% para 13,25%, o primeiro em três anos. Antes, a última queda havia sido registrada em agosto de 2020.

Já para o educador Renan Diego é um bom momento para investir em ativos de renda fixa prefixados e ativos renda variável, como Fundos Imobiliários e Ações, porém com cautela e aos poucos: “Não adianta querer tirar o dinheiro todo da renda fixa agora para ir para a bolsa de valores, faça isso aos poucos, busque mais conhecimento e jamais tire a sua reserva de segurança da renda fixa, independente de quanto esteja a taxa Selic, pois segurança não se negocia.” explica o expert e educador.

CAUTELA 

Para o o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o resultado não deve trazer surpresas. Ou seja, tende a confirmar a expectativa de corte. “No entanto, as últimas leituras de inflação reforçam cautela a respeito da sinalização para os próximos encontros do Comitê”, diz.

Entre os desafios para o futuro, estão: (1) a reaceleração da inflação de alimentos, em função do fenômeno climático El Niño; (2) a resiliência observada no IPCA de serviços, muito por conta do desempenho do mercado de trabalho; (3) os riscos fiscais, diante do rombo de mais de R$ 200 bilhões nas contas públicas em 2023 e da promessa do governo de zerar o déficit em 2024.

“O cenário é condizente com a continuidade do ciclo de redução da Taxa Selic ao longo dos próximos meses. No entanto, os vetores acima devem fazer com que o patamar do balizador do custo do crédito no fim de 2024 alcance 9,75% ao ano, acima, portanto, das previsões do mercado (9% ao ano)”, diz.