O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou um recuo para 0,07% em janeiro, após ter registrado alta de 0,74% em dezembro. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 30, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), acrescentando que em 12 meses, o índice acumula deflação de 3,32%. Em janeiro de 2023, o indicador tinha apresentado alta de 0,21% e somava variação de 3,79% em 12 meses.
O resultado do mês ficou abaixo da projeção de analistas de mercado que sinalizavam uma inflação de 0,26% no mês. Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, o Índice de Preços ao Produtor mostrou arrefecimento no mês dos preços das matérias-primas brutas (de 3,06% para 0,49%). Ele comenta que, se isso for mantido nas próximas apurações, pode antecipar a desaceleração dos preços de alimentos industrializados.
No âmbito do consumidor, a inflação segue muito concentrada nos grupos Alimentação (que teve uma variação de 0,55% para 1,62%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,65% para 2,11%). Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou uma queda de 0,09%, uma variação inferior à observada em dezembro, quando houve um aumento de 0,97%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais registrou um aumento de 1,06% em janeiro, superando a taxa de 0,86% registrada no mês anterior.
Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 0,92% para 1,19% no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, também apresentou uma elevação, passando de 0,45% em dezembro para 0,58% em janeiro.
INFLUÊNCIA
A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 1,62% em janeiro, marcando uma desaceleração em comparação a variação de -0,74% registrada no mês anterior. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,77% para -6,73%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,63% em janeiro, após queda de 0,34% observada em dezembro.
O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma variação de 0,49% em janeiro, um índice significativamente menor do que a alta de 3,06% registrada em dezembro. A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, tais como a soja em grão, que passou de uma alta de 2,03% para uma queda de 5,98%, o minério de ferro, que reduziu seu aumento de 4,63% para 2,87%, e o milho em grão, cuja taxa diminuiu de 11,30% para 6,22%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento de alta, entre os quais se destacam o algodão em caroço, com variação de -1,25% para 3,14%, o leite in natura, que se alterou de -1,14% para -0,06%, e o arroz em casca, que teve um leve aumento de 7,70% para 7,78%.
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,59%, um aumento considerável em relação à taxa de 0,14% observada em dezembro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis delas exibiram um crescimento em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação ascendeu de 0,55% para 1,62%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o aumento significativo no preço das hortaliças e legumes, que saltou de 2,65% na medição anterior para 12,41% na atual.
AVANÇO
Também apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,65% para 2,11%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,32% para 0,19%), Comunicação (-0,39% para -0,07%), Vestuário (0,00% para 0,16%) e Despesas Diversas (0,07% para 0,10%). Vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: cursos formais (0,00% para 4,78%), artigos de higiene e cuidados pessoais (-2,28% para -0,38%), tarifa de telefone residencial (-2,46% para -0,67%), serviços de confecção (0,00% para 1,50%) e alimentos para animais domésticos (-0,55% para 0,00%).
Por outro lado, os grupos Habitação e Transportes exibiram uma redução em suas taxas de variação, com Habitação passando de 0,23% para 0,16% e Transportes de -0,15% para -0,16%. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar itens específicos: o aluguel residencial, que reverteu de um aumento de 0,51% para uma queda de 0,88%, e a tarifa de táxi, que teve uma redução significativa, de um aumento de 6,89% para uma queda de 2,20%.
Em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,23%, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,26% observada em dezembro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de dezembro para janeiro: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou uma diminuição, passando de 0,30% para 0,09%; o grupo Serviços teve um aumento de 0,09% para 0,20%; e o grupo Mão de Obra registrou um crescimento, variando de 0,23% para 0,42%.