Confiança da construção tem queda de 0,2 ponto em janeiro, diz FGV

Indicador reflete exclusivamente a piora das expectativas dos empresários nos próximos meses

Crédito: Shutterstock/Cbic

O Índice de Confiança da Construção (ICST) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) manteve relativamente estável em janeiro ao variar -0,2 ponto, para 95,8 pontos. Na média móvel trimestral, o índice registrou 0,2 ponto de alta. O primeiro resultado do ICST deste ano reflete exclusivamente a piora das expectativas dos empresários nos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 1,0 ponto, para 97,2 pontos. Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 0,7 ponto, para 94,7 pontos.

“A relativa estabilidade da confiança em janeiro reflete uma correção das expectativas. As empresas de infraestrutura ficaram menos otimistas. Em contraposição, a confiança das empresas de Edificações Residenciais avançou impulsionada especialmente pelas perspectivas com a demanda. Em todo caso, vale destacar que apesar do ICST registrar um pessimismo moderado para o conjunto do setor, o percentual de empresas que espera crescimento da demanda supera o percentual de queda em todos os segmentos, sinalizando que a expectativa que prevalece para os primeiros meses do ano é de crescimento.”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

COMPONENTES

Os componentes dos ISA-CST variaram em sentidos opostos: o indicador de situação atual dos negócios subiu 2,0 pontos, para 94,4 pontos, e o indicador de volume da carteira de contratos recuou 0,6 ponto, para 94,9 pontos. Os componentes do IE-S também tiveram variações contrárias. O indicador de demanda prevista para os próximos três meses caiu 3,3 pontos, para 97,6 pontos, menor nível desde junho do ano passado, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 1,3 ponto, para 96,8 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção teve retração de 1,7 ponto percentual, para 77,1%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos retraíram 1,6 e 0,8 ponto percentual, para 78,4% e 72,6%, respectivamente.

A mão de obra deve se manter como uma das principais dificuldades em 2024. Ao longo de 2023, a demanda insuficiente e falta de mão de obra qualificada disputaram o topo do ranking de maiores limitações à melhoria dos negócios no setor. A perspectiva de crescimento dos investimentos no mercado de Edificações Residenciais ao longo do ano, impulsionados pelo Minha Casa Minha Vida deve aumentar a mão de obra qualificada como limitação, avaliou Ana Castelo.