Gaúchos são eleitos os brasileiros mais reservados do país, revela pesquisa

Estudo diz que habitantes do estado estão associados a um comportamento comedido por 2 em cada 10 brasileiros

Foto: Alberto Flores/EPTC/PMPA

Cautelosos, comedidos, serenos… não é de hoje que quem vive em algum dos três estados ao sul do Brasil é visto como sinônimo de discrição — uma impressão antiga que, aparentemente, permanece viva na cabeça de muita gente. Prova disso é o fato de que, durante o novo estudo da Preply, que se debruçou sobre os mais diversos estereótipos nacionais, tanto paranaenses quanto catarinenses foram eleitos duas das três populações mais reservadas de todo o país. O topo do ranking, de toda forma, é encabeçado pelos habitantes do Rio Grande do Sul, associados a um comportamento comedido por 2 em cada 10 brasileiros entrevistados.

Isso porque, para compreender quais estereótipos as pessoas tendem a atribuir a cada região no dia a dia, recentemente, a empresa especialista no ensino de idiomas pediu que mil internautas de todas as partes do Brasil indicassem que estados correspondiam a uma lista de adjetivos previamente selecionados pela plataforma, que abarcaram características como “festeiros” e “reservados”.

Para os brasileiros, os maiores paqueradores do país estão no Rio de Janeiro (33%), enquanto os mineiros (22%), por sua vez, são os campeões no quesito bons anfitriões. Os baianos foram tidos como festeiros por 35,5% dos entrevistados. Entretanto, a frente dos cariocas e baianos, o título de pessoas mais comunicativas do país (17,7%) é dos paulistas.

Por outro lado, não surpreende que todos os três estados sulistas tenham sido eleitos os mais reservados do Brasil, cada qual em uma posição de destaque no pódio. Constantemente associados a comportamentos retraídos pelos de fora, tanto paranaenses quanto catarinenses receberam o título de comedidos por 10% dos respondentes, num ranking encabeçado por ninguém mais, ninguém menos que os gaúchos, símbolos da discrição por 2 em cada 10 entrevistados ao redor do país.

“Embora as representações culturais sobre determinadas populações nem sempre sejam negativas — como nos mostra os estereótipos comumente associados aos mineiros e paulistas  —, é fundamental reconhecer de onde vêm e questionar certas impressões generalizadas, que tendem

 a simplificar e reduzir a diversidade dentro de qualquer comunidade”, comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply.

“Não é por acaso que enfrentamos dificuldades ao tentar explicar por que categorizamos certos estados como ‘festeiros’ ou ‘reservados’. Isso revela como muitas de nossas percepções sobre esses estados são, na verdade, reflexos de narrativas simplistas perpetuadas quase que inconscientemente.”