Prefeitura de Porto Alegre conclui processo de venda da Carris

Ato de assinatura dos contratos entre a Prefeitura e a Empresa de Transportes Coletivos Viamão ocorreu na manhã desta terça-feira

Foto: Ricardo Giusti/CP

A prefeitura de Porto Alegre concretizou, na manhã desta terça-feira, o processo de venda da Carris, que se iniciou em outubro, com a aquisição da companhia por parte da Empresa de Transporte Coletivo Viamão por R$ 109,9 milhões. O ato de assinatura dos contratos ocorreu no Centro Administrativo Municipal, no Centro Histórico, com a presença do prefeito Sebastião Melo, representantes da Empresa Viamão, autoridades e demais órgãos responsáveis pelo processo.

Maurício Cunha, que por três anos foi presidente da Carris, destacou que ela vinha tendo prejuízo e elogiou as medidas tomadas pelo poder municipal. Em sua opinião, ao passar para a iniciativa privada, a empresa terá maior oportunidade de ser recuperada. “Em 2021 havia um estudo econômico da Carris e o único panorama que se via era a liquidação da empresa por conta de 6 milhões de reais negativos todo mês. Graças ao esforço de todos em conjunto, do governo, da gestão da empresa, nós transformamos a empresa e oportunizamos assim a sua não-liquidação e a privatização. Hoje, saindo da Carris, tenho grande esperança que a Carris agora, finalmente, vai ter a grandeza que ela merece, numa gestão diferente da pública”, avaliou.

Em seu discurso, o presidente da Câmara Municipal da Vereadores, Mauro Pinheiro, disse que a atual administração demonstrou coragem ao negociar a Carris. “Quero parabenizar a gestão da cidade em nome do prefeito pela pela coragem de fazer o que precisa ser feito. Há muito tempo a gente sabe que a Carris vem trazendo prejuízo para o transporte público por ser estatal. Nós sabemos as dificuldades de uma empresa ser administrada por uma empresa estatal que presta o serviço e que acabava desequilibrando o sistema pelos seus custos”, exaltou.

O prefeito Sebastião Melo reafirmou que a venda da Carris foi uma promessa de campanha e que a pandemia evidenciou a queda no setor de transporte de passageiros. “Nós estamos no início de 2024, mas esse processo começou na campanha que nós disputamos. Esses dias eu estava num recorte de jornal, sobre uma pergunta que um veículo fez sobre a Carris, só teve um candidato que foi preciso e conciso, que fomos nós. Se tivesse comprador, nós repassaríamos ao setor privado, porque a gente entende que não é o papel da prefeitura ser detentor de uma empresa, que nós temos carinho, respeito, a dimensão, pela sua história, pelos seus funcionários, pelos seus quadros”, disse.

Na ocasião, Melo destacou também que decisões para minimizar os prejuízos do sistema de transporte coletivo foram tomadas pelo Executivo, como redução de isenções e aporte financeiro, para não reajustar o preço da passagem. E falou esperar que a empresa vencedora consiga resolver questões estruturais dos ônibus, como a questão do ar condicionado pois, segundo ele, 98 ônibus adquiridos pela empresa em 2020 vieram com defeitos no sistema de refrigeração.