Os mais ricos concentram cada vez mais renda na sociedade brasileira. Conforme um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), com base no imposto de renda, revela que renda do 1% mais rico da população brasileira cresceu 87% no período, enquanto a renda dos 95% restantes cresceu apenas 33%.
Os dados analisados se referem a um período entre 2017 e 2022. Segundo o levantamento, “além dos mais ricos terem, em média, maior crescimento de renda do que a base da pirâmide, a performance é tanto maior quanto maior é o nível de riqueza”.
Os números indicam que, enquanto a da população economicamente ativa brasileira ficou 54% maior, a fatia que ficou com os mais ricos cresceu 67%, enquanto os mais pobres cresceram apenas 20%. Como resultado, a proporção da renda dos mais ricos cresceu de 20,4% para 23,7%. A pesquisa também mostra que a reconcentração de renda foi impulsionada pelos rendimentos isentos ou subtributados, que se destacam como fonte de remuneração principal entre os super ricos. Esses rendimentos incluem, por exemplo, ganhos de capital, heranças e dividendos.
O estudo conclui que, embora ainda seja cedo para avaliar se o aumento da concentração de renda no topo é fenômeno estrutural ou conjuntural, as evidências reunidas reforçam a necessidade de revisão das isenções tributárias atualmente concedidas pela legislação e que beneficiam especialmente os mais ricos.