Serviços têm queda de 2% em novembro no RS, diz IBGE

No país, o setor apresentou um alta de 0,4% no mês

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O setor de serviços prestados no país subiu 0,4% em novembro, quebrando uma sequência de três meses no campo negativo, período em que o setor havia acumulado uma perda de 2,2%. Três das cinco atividades investigadas pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) avançaram em novembro: outros serviços (3,6%), profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  No Rio Grande do Sul a queda foi de 2%.

Até novembro de 2023, o setor de serviços acumula alta de 2,7%. Já no acumulado em 12 meses, houve perda de dinamismo, uma vez que os serviços passaram de um avanço de 3,6%, em outubro, para uma expansão de de 3,0% em novembro. No Rio Grande do Sul, o volume de serviços teve queda de 2,0% frente a outubro, voltando ao campo negativo após ter avançado 1,2% em outubro. Assim, o setor se encontra 12,0% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 7,3% abaixo de abril de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

O estado teve em novembro uma das principais influências negativas para o resultado do país. No confronto com novembro de 2022, o volume de serviços assinalou a segunda taxa negativa no ano (-1,2%), repetindo o resultado de setembro. O acumulado do ano até novembro foi de 5,1% frente a igual período de 2022. O acumulado dos últimos 12 meses perdeu dinamismo, ao passar de 6,3% em outubro para 5,4% em novembro de 2023, em seu resultado menos intenso desde agosto de 2021 (3,8%).

“As últimas três taxas negativas reduziram os ganhos, mas o resultado de novembro coloca o setor bem acima (10,8%) do patamar pré-pandemia”, observa o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Além disso, o setor de serviços operava 2,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em dezembro de 2022.

O maior impacto sobre o resultado geral veio da atividade de outros serviços (3,6%), que cresceu pelo terceiro mês seguido, acumulando alta de 4,9% no período. “Esse setor foi impulsionado pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelo aumento da receita das empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito. Essa atividade não só impactou o resultado de outros serviços como também posicionou o setor de serviços como um todo no campo positivo”, diz o pesquisador.

SERVIÇOS PRESTADOS PARA AS FAMÍLIAS

Já os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%), que exerceram a segunda maior contribuição sobre a variação de 0,4% do setor, já haviam registrado alta de 1,1% em outubro, após uma queda de 1,0% no mês anterior. “Nesse segmento, os destaques foram as atividades jurídicas e as empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade”, detalha Lobo.

Os serviços prestados às famílias, com o avanço de 2,2% em novembro, recuperaram a perda registrada em outubro (-1,8%). “Nesse mês, a maior influência veio da alta de alojamento e alimentação, mas também houve avanço em outros serviços prestados às famílias, impulsionado, especialmente, pelo crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no país”, diz.

Por outro lado, as duas atividades de maior peso no setor de serviços ficaram no campo negativo. O volume dos transportes recuou 1,0%, quarta taxa negativa seguida do setor, que acumulou uma retração de 5,3% nesse período. Em novembro, o transporte de passageiros recuou 2,9%, terceira taxa negativa seguida, enquanto o de cargas avançou 0,6%, após três meses seguidos de queda.

Os serviços de informação e comunicação, que representam cerca de 23% do total do setor, variaram -0,1%, após terem avançado 0,2% no mês anterior. “Em novembro, o segmento de telecomunicações caiu 3,2% e impediu um crescimento mais acentuado do setor de serviços como um todo”, analisa Lobo. Os serviços de tecnologia da informação (TI) cresceram 1,3% no mesmo período.

COMPARATIVO

O setor de serviços variou -0,3% na comparação com novembro de 2022. Apenas duas das cinco atividades investigadas ficaram no campo negativo nesse indicador: o de transportes (-3,7%) e o de informação e comunicação (-0,4%). No caso dos transportes, o resultado é explicado pela queda da receita nos segmentos de gestão de portos e terminais, rodoviário coletivo de passageiros, transporte aéreo, atividades de agenciamento marítimo, operação de aeroportos e armazenamento.

Já o setor de informação e comunicação foi impactado pelo comportamento negativo das atividades de telecomunicações, atividades de TV aberta, suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação, consultoria em tecnologia da informação, e operadoras de TV por assinatura por satélite.

As outras três atividades registraram expansão na comparação contra novembro de 2022: serviços profissionais, administrativos e complementares (4,4%), prestados às famílias (5,4%) e outros serviços (3,3%).