Início da crise nas Americanas completa um ano

Em 11 de janeiro de 2023, empresa comunicou inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões

Foto: Divulgação/R7

Há exatamente um ano, na noite do dia 11 de janeiro de 2023, a Americanas comunicou inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões. No dia seguinte ao comunicado, as ações caíram 77%, passando de R$ 12 para R$ 2,72 e perdendo R$ 8,34 bilhões de valor de mercado, já com a percepção de que a companhia enfrentaria muitas dificuldades por conta do rombo.

Alguns dias depois, no dia 19 de janeiro, a varejista oficializou o seu pedido de recuperação judicial, sendo excluída da B3 e de mais índices. No dia 20, a ação chegou a R$ 0,79, e em um ano, a queda é de 93%, com os ativos fechando a sessão da última quarta-feira a R$ 0,84 e valendo R$ 776 milhões.

HISTÓRICO

Em novembro, após intensa negociação, a Lojas Americanas anunciou o fechamento de um acordo com seus credores no plano de recuperação judicial. A companhia receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, dividida entre recursos dos acionistas de referência e a conversão de dívida pelos bancos credores, e prevê que após a implementação do plano, sua dívida bruta cairá para R$ 1,8 bilhão. No final de 2022, dado mais recente, a dívida bruta da empresa era de R$ 37,3 bilhões.

O acordo foi aceito por titulares de mais de 35% da dívida da companhia, excluídos os credores apoiadores. A Americanas receberá um aporte de R$ 12 bilhões por parte de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da companhia, o que inclui o empréstimo concedido a empresas em dificuldades, de R$ 2 bilhões. Os credores converterão o mesmo montante em ações da companhia. No aumento de capital, a cada três ações emitidas, haverá um bônus de subscrição adicional, ao preço de exercício de R$ 0,01.

Após o aumento de capital de R$ 24 bilhões, a Americanas destinará até R$ 8,7 bilhões para pagar os credores financeiros, através de um leilão reverso de R$ 2 bilhões, ou então do pagamento antecipado de créditos com desconto, ao qual serão destinados R$ 6,7 bilhões. Depois dessas operações, a empresa prevê que sua dívida bruta cairá para até R$ 1,875 bilhão, deixando sua estrutura de capital mais leve que a atual.