A maioria dos bares e restaurantes o Rio Grande do Sul demonstra sinais de recuperação, mas ainda sofre para tornar as empresas rentáveis. A contatação está expressa na pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O levantamento aponta que 56% dos estabelecimentos gaúchos não conseguem obter lucro.
No mês de novembro, 26% deles ficaram no prejuízo e 30% trabalharam apenas para pagar as contas. O índice de bares e restaurantes que conseguiu ganhar dinheiro foi de 44%, aumento de 10 pontos percentuais em relação à última análise.
Outro ponto de preocupação, segundo a Abrasel, é o endividamento do setor que já atinge 34%. As principais contas que dificultam o planejamento dos empresários são os impostos federais e estaduais, dívidas bancárias, aluguel atrasado e débitos com fornecedores.
“Apesar da retomada econômica em 2023, os bares e restaurantes ainda sofrem os reflexos da pandemia, como endividamento alto e as quedas de receita. O movimento está melhor, os índices de faturamento aumentam, mas os diversos momentos fechados ou com restrições de funcionamento dos anos anteriores trouxeram uma conta que precisa ser paga”, destaca João Melo, presidente da Abrasel no RS.
Na visão de João Melo, um dos caminhos para reduzir a conta que ficou da pandemia é o apoio do poder público com ações para perdoar as dívidas que ficaram dos anos anteriores e a manutenção de programas fundamentais na recuperação econômica do ramo de Gastronomia, como o Perse.
“Com a possibilidade de cancelamento do Perse, o setor enfrenta grande preocupação e incerteza, ainda mais iniciando o ano com esse anúncio, o que obriga os empresários a refazerem o planejamento de trabalho para os próximos meses. A retirada de um programa essencial para o segmento vai refletir na redução de empregos e capacidade de crescimento das empresas”, salienta.
A dificuldade de repor a inflação é mais um obstáculo enfrentado pelos empresários do segmento, com 61% afirmando que não conseguiram reajustar seus preços em linha com a inflação média – 26% delas tiveram reajustes abaixo do índice geral e 35% não alteraram seus preços. Apenas 10% afirmaram ter conseguido fazer reajustes acima da inflação e 29% ajustaram seus preços de acordo com o índice geral.
EMPREGOS
Quanto à contratação de pessoal, 20% das empresas do setor contrataram novos funcionários em novembro, um sinal positivo de crescimento. Este número é superior ao de empresas que relataram demissões, que ficou em 14%. A maioria das empresas (65%) manteve seu quadro de empregados estável.
Quando a pesquisa foi realizada, em dezembro passado, as perspectivas para contratações eram animadoras, com 17% das empresas planejando contratar mais funcionários e 13% indicando intenção de demissão.