O ano de 2023 terminou com perdas para o setor de fundos de investimentos, sendo que entre captações e resgates, R$ 194,1 bilhões deixaram as carteiras líquidas até 29 de dezembro, sendo 69,2% (ou R$ 134,3 bilhões) dos multimercados. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e revelam que os fundos de renda fixa tiveram saques de R$ 59,8 bilhões, enquanto aqueles de ações chegaram a R$ 17,0 bilhões.
Conforme os indicadores, levando em conta o dinheiro que entrou e saiu dos fundos de recebíveis de crédito (FIDC) e de participações em empresas (FIP), os resgates líquidos chegaram a R$ 127,9 bilhões. Embora os números finais ainda possam passar por revisão, 2023 aponta para o pior desempenho dos multimercados desde o início da série histórica da associação em 2006, e o segundo ano consecutivo de saques bilionários do setor de gestão de recursos de terceiros.
O resultado é explicado pela fuga para títulos bancários e de dívida corporativa com isenção tributária para a pessoa física. Com a Selic em dois dígitos – a média do ano ficou em 13,04% – não havia muita razão para o investidor ficar à mercê de um diagnóstico de cenário que se convertesse em retorno para os multimercados.