Laudo atesta que duas torres podem colapsar no condomínio onde houve explosão no Rubem Berta

Relatório de um engenheiro civil indicou que ninguém pode entrar nas torres 9 e 10

Foto: Maria Eduarda Fortes / CP

O laudo produzido pelo engenheiro civil contratado pelo Condomínio Alto São Francisco, no bairro Rubem Berta, Ricardo Maestri, atesta que as tores 9 e 10, em que ocorreu uma explosão no dia 4, podem colapsar. A informação foi divulgada em reunião do coordenador adjunto da Defesa Civil, Evandro Lucas, e o engenheiro com os moradores neste sábado.

Com o auxílio da empresa que distribui o gás para o condomínio e o apoio do Corpo de Bombeiros, foram retirados todos os botijões de gás do local, até que o sistema de distribuição testado e liberado para uso por empresa competente. Segundo o relatório apresentado por Maestri, a torre 10 tem risco de colapsar sobre a torre 11 e 12. As duas últimas foram interditadas como forma de prevenção. A torre 9 também segue interditada.

“Não existe risco de colapso tipo dominó? Está descartado. Existe risco de colapso das torres 9 e 10? Sim, pois a fachada lateral rompeu com a explosão. A estrutura foi comprometida e pode tombar para o lado das torres 11 e 12, que estruturalmente estão boas. Só foram isoladas pelo risco. A 9 e a 10 não tem condições de permanência humana”, revelou Maestri.

As duas torres serão interditadas com tapumes para evitar que as pessoas entrem no local sem a presença de um especialista. A partir de segunda-feira, serão estabelecidos grupos que poderão pegar alguns objetos nos seus apartamentos. “As torres 7 e 8 foram liberadas para a limpeza, para as pessoas dormir ou fazer o que quiserem. Os moradores da 11 e da 12 poderão pegar algum objetos acompanhado pelas equipes de especialistas. Assim que a situação for estabilizada, todos poderão voltar para seus apartamentos nestas torres. A 9 e a 10 está proibido o acesso e serão cercadas por tapumes”, revelou Lucas.

Evandro confirmou que todos os 22 cilindros de gás foram retirados de todo o condomínio. Os moradores ficarão sem gás de cozinha, já que o plano de prevenção e proteção de combate a incêndio (PPCI) proíbe qualquer outro tipo de distribuição de gás no local. Um laudo será feito para atestar se o encanamento do gás está com condição de uso.

Quando perguntado por que foi permitido que os moradores retornassem a suas casas, mesmo com as possíveis suspeitas de vazamento, o coordenador da Defesa Civil argumentou que o espaço é seguro, pois o sistema que falhou e causou a explosão foi isolado. Já o forte cheiro sentido por moradores na manhã deste sábado foi causado pelo gás liberado pelos botijões para evitar que a pressão, gerada dentro dos cilindros em consequência do calor, aumente e cause uma nova explosão.

A Defesa Civil está oferecendo pousadas conveniadas pela Prefeitura de Porto Alegre. Mas segundo Lucas, os moradores optaram por ficar dentro do condomínio para poder cuidar de seus pertences e cobrar a construtora de uma solução pelos seus problemas. Alguns moradores do condomínio estão dormindo em áreas comuns do complexo, como o salão de festas.