Na passagem de outubro para novembro, a produção industrial do país avançou 0,5%, acentuando o ritmo de produção frente aos resultados de outubro (0,1%), setembro (0,1%) e agosto (0,2%). O índice acumulado no ano variou 0,1%, e, nos últimos 12 meses, com variação nula (0,0%), segue com o comportamento de estabilidade observado desde maio de 2023 (0,0%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira, 5, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Mesmo com o saldo positivo de 0,9% acumulado nos últimos quatro meses, a produção industrial ainda se encontra 0,9% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destaca o gerente da pesquisa, André Macedo. Duas das quatro grandes categorias econômicas e 13 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram crescimento na produção de outubro para novembro de 2023, mostrando um perfil equilibrado entre taxas positivas e negativas nessa comparação.
Entre as atividades industriais, Macedo destaca as indústrias extrativas (3,4%) e produtos alimentícios (2,8%) como as principais influência positivas: “As indústrias extrativas foram impulsionadas pela maior extração de petróleo e minério de ferro, e eliminaram o recuo de 0,4% do mês de outubro. Já o setor de produtos alimentícios, que teve como destaque os itens açúcar, produtos derivados da soja e carnes de bovinos, marcou seu 5º mês seguido de crescimento na produção, e acumulou nesse período um crescimento de 6,3%”.
REDUÇÃO
Por outro lado, entre as 12 atividades que tiveram redução na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,1%) exerceram os principais impactos negativos, com ambas eliminando os avanços registrados no mês anterior: 3,5% e 1,0%, respectivamente.
Já entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com outubro, bens intermediários (1,6%) teve o crescimento mais acentuado após também avançar em outubro (0,7%) e setembro (0,8%). O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) também assinalou taxa positiva nesse mês e interrompeu dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 1,9%.
Por outro lado, os segmentos de bens de capital (-1,7%) e de bens de consumo duráveis (-3,3%) tiveram resultados negativos em novembro, ambos com a terceira taxa negativa consecutiva e acumulando, nesse período, perdas de 4,7% e 9,7%, respectivamente.
COMPARAÇÃO
Frente a novembro de 2022, o setor industrial assinalou avanço de 1,3%, com resultados positivos duas das quatro grandes categorias econômicas, 10 dos 25 ramos, 32 dos 80 grupos e 46,9% dos 789 produtos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por indústrias extrativas (14,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (11,6%) e produtos alimentícios (4,7%). Também se destacam as contribuições positivas dos ramos de bebidas (5,4%), de produtos têxteis (9,6%) e de produtos de madeira (10,6%).
Por outro lado, entre as quinze atividades com redução na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (-15,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-19,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-22,4%) e máquinas e equipamentos (-10,2%) exerceram as maiores influências.
“Esse resultado marcou o quarto mês seguido de crescimento na produção, após recuar 1,2% em julho último, quando interrompeu dois meses consecutivos de resultados positivos nesse tipo de comparação. Contudo, no índice desse mês, permanece a característica de perfil disseminado de taxas negativas, alcançando 15 dos 25 ramos industriais pesquisados. Dessa forma, observa-se pelo 15º mês seguido um número maior de atividades no campo negativo para esse tipo de comparação”, destaca o gerente.