Um total de 88,7% das famílias gaúchas estavam endividadas em dezembro. É o que revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS) divulgada nesta sexta-feira, 5, pela Fecomércio-RS. O desempenho é menor do que o verificado em novembro de 2023 (90,9%) e, também, do que o registrado em dezembro de 2022 (92,2%). Com o recuo, o percentual de endividados retornou ao patamar de dezembro de 2021.
A média em 12 meses do percentual de famílias endividadas (93,0%) verificado em 2023 ficou levemente menor do que em 2022 (93,8%). Já a parcela da renda comprometida com as dívidas, por sua vez, foi de 27%, com redução na margem e na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O tempo de comprometimento com dívidas aumentou para 6,3 meses, na primeira elevação depois de cinco reduções consecutivas na comparação com o mês anterior. Apesar dessa elevação na margem, observou-se ao longo de todo o ano um processo de redução continuada dos tempos de comprometimento da renda com o pagamento de dívidas.
CONTAS EM ATRASO
No que se refere ao percentual famílias com contas em atraso, a pesquisa identificou que 39,5% dos entrevistados estavam na condição de inadimplentes em dezembro de 2023. Esse percentual foi inferior ao verificado em novembro de 2023 (40%), mas avançou na comparação de dezembro de 2022 (36,1%). O percentual de famílias com contas em atraso, ainda que esteja em queda nos dois últimos meses, apresentou alta em 2023, registrando média anual de 40,4% – em 2022 foi de 36,8%. O tempo médio de pagamento com contas em atraso foi de 34,7 dias, ficando relativamente estável na comparação com o mês anterior, mas se reduzindo com relação a dezembro de 2022 (38,9 dias).
Já o indicador de persistência da inadimplência (percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte da dívida nos próximos 30 dias) apresentou estabilidade na comparação com novembro de 2023, permanecendo em 2,6%, e aumento na comparação com novembro de 2022 (2,2%).
“Já são quatro meses consecutivos de redução do percentual de famílias endividadas e o segundo com redução do percentual de famílias com contas em atraso. Ainda que os percentuais permaneçam muito elevados, temos uma evolução positiva em curso. Outros indicadores relativos ao mercado de crédito têm corroborado com a percepção de uma melhora qualitativa da tomada de recursos pelas famílias, com mais participação do endividamento voluntário e planejado”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.