O índice de intenções de consumo atingiu os 62,4 pontos em dezembro de 2023 e foi o menor para um mês de dezembro desde dezembro de 2020 (56,9 pontos). A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 4, pela Fecomércio-RS com base na pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação com novembro de 2023, o índice aumentou 0,5%, interrompendo um contínuo de 8 quedas na margem consecutivas.
Em comparação com dezembro de 2022, houve recuo de 20,9%. Entre os subindicadores, três entre os nove pesquisados apresentaram queda na comparação marginal e todos tiveram redução na comparação interanual. Na média em 12 meses o indicador registrou o valor de 74,3 pontos e recuou 3,0% frente os 12 meses encerrados em dezembro de 2022.
Todos os subindicadores permanecem abaixo dos 100 pontos. Entre eles, a Avaliação sobre Momento para a Aquisição de Duráveis permanece como o mais baixo (27,8 pontos), enquanto a Segurança quanto ao Emprego Atual está no maior nível, 89,2 pontos. Em dezembro de 2023, a maior queda na margem foi verificada na avaliação do Nível de Consumo Atual que apresentou queda de 5,9%. A Perspectiva Profissional registrou aumento de 4,3%, avaliação sobre a Segurança no Emprego Atual apresentou alta de 3,7% e a Perspectiva de Consumo teve aumento de 3,4%.
COMPARAÇÃO ANUAL
Já na comparação interanual, a queda foi disseminada e assumiram variações bastante significativas. A maior queda foi na Perspectiva Profissional (-46,8%), mas, como temos ressaltado em análises anteriores, essa queda deve ser interpretada com bastante cautela. Considerando o quadro atual do mercado de trabalho, com taxas historicamente baixas, após forte retomada em 2022, a falta de perspectiva de melhora profissional pode refletir também estabilidade na posição atual do emprego.
De maneira geral, apesar do mercado de trabalho gaúcho resiliente, dos juros estarem se reduzindo e a inflação dar sinais claros de que muito provavelmente ficará dentro do limite superior da meta ainda em 2023, os orçamentos familiares se encontram pressionados por dívidas assumidas no passado, e a restrição de crédito em 2023 na economia brasileira tem afetado o apetite por consumo. “Enquanto tivermos um perfil cauteloso por parte dos consumidores, vamos ter que ser muito mais ativos no processo de venda. Precisamos estar atentos às necessidades dos consumidores e à sua capacidade de pagamento, sem descuidar do fluxo de caixa”, completou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
