O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), divulgado nesta quinta-feira, 28, manteve-se relativamente estável em dezembro, ao variar 0,2 ponto, para 86,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, em 1,8 ponto, para 87,5 pontos. Em dezembro, houve alta em quatro dos seis principais segmentos do setor. O resultado positivo no mês foi influenciado pela melhora do Índice de Expectativas (IE-COM) que avançou 4,3 pontos, para 88,3 pontos, após três quedas consecutivas.
“Após três meses de quedas consecutivas, a confiança do comércio acomoda e encerra 2023 mantendo patamar ainda pessimista e inferior ao mesmo período do ano passado. O avanço do mês foi influenciado pela melhora das perspectivas dos empresários para os próximos meses, apesar da persistente deterioração das avaliações sobre o momento. As expectativas positivas em relação ao futuro podem estar associadas ao provável cenário de continuidade na melhora do ambiente macroeconômico em 2024, com redução de endividamento dos consumidores e condições de crédito mais favoráveis, o que pode desencadear um aumento na demanda, contribuindo para a recuperação do setor”, avalia Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE.
SITUAÇÃO ATUAL
Entre os quesitos que compõem o IE-COM, o indicador que prevê a tendência dos negócios nos próximos seis meses foi o que apresentou maior contribuição para a alta da confiança no mês, ao avançar 5,2 pontos, para 90,4 pontos. No mesmo sentido, as perspectivas de vendas nos próximos meses avançaram em 3,3 pontos, para 86,5 pontos, após dois meses em queda.
Em direção contrária, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 3,9 pontos, para 85,5 pontos, menor nível desde janeiro deste ano (79,9 pontos). A sexta queda consecutiva no ISA-COM é influenciada pela piora nos indicadores que avaliam a situação atual dos negócios e o volume de demanda atual que caíram 2,4 e 5,2 pontos, para 88,2 e 83,2 pontos, respectivamente.
Após resultados negativos nos últimos meses, a confiança do comércio encerra o quarto trimestre 5,1 pontos abaixo do imediatamente anterior. O ISA-COM se aproximou do nível de neutralidade em junho (98,9 pontos), mas sofreu quedas consecutivas no segundo semestre. Nas expectativas, também houve queda, mas em ritmo menos intenso. “Apesar dos sinais positivos no ambiente macroeconômico, como manutenção do ciclo de redução de juros e desaceleração inflacionária, a confiança do comércio encerra 2023 perdendo parte do que foi recuperado ao longo do ano”.