Comércio pode perder quase R$ 28 bi com feriados em 2024, aponta CNC

Em média, cada feriado em dias comerciais de 2023 gerou um prejuízo de R$ 3,2 bilhões ao varejo

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Com menos feriados e mais dias úteis, os prejuízos do varejo brasileiro em 2024 devem ser um pouco menores do que em 2023, mas ainda com impacto no resultado do setor. Uma estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o prejuízo do setor por conta de feriados nacionais deverá ser de R$ 27,9 bilhões, 4% menor do que em 2023, quando as perdas chegaram a R$ 28,9 bilhões. Em média, cada feriado em dias comerciais de 2023 gerou um prejuízo de R$ 3,2 bilhões ao varejo.

A principal novidade no calendário é a inclusão de um novo feriado nacional em 2024, somando um total de 10 datas, agora com o Dia da Consciência Negra, em novembro, já celebrado em algumas regiões do país. A incidência dos feriados em dias úteis favorece alguns setores da economia, como o turismo, mas gera prejuízos para o comércio por conta de fatores como a queda no nível de atividade e elevação dos custos de operação, aponta a CNC. O presidente da confederação, José Roberto Tadros, lembra que os feriados não são vilões da economia, mas que o setor produtivo é uma balança que precisa estar sempre em equilíbrio.

“Nossos segmentos ligados ao turismo se beneficiam desse calendário, o que é muito positivo. Mas segmentos econômicos como o varejo registram perdas com lojas fechadas e menor movimentação de público, por exemplo. A validade desse levantamento é dar luz sobre o cenário e orientar as melhores decisões”, pontua.

SUPERMERCADOS

Pelas contas da CNC, cada feriado reduz a rentabilidade anual média do setor comercial como um todo em 1,29%. Desse modo, os feriados do próximo ano deverão impactar o excedente operacional do comércio em 9%. Os ramos de atividade em que a relação folha/faturamento se mostra mais elevada tendem a sofrer os maiores impactos. É o caso dos segmentos de hiper e supermercados e de comércio automotivo, que juntos responderão por quase a metade (40%) das perdas previstas. Esses dois segmentos concentram mais de 44% da folha de pagamentos do comércio brasileiro.

Outro fator que tende a impactar os feriados em 2024 é a nova portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, publicada em novembro deste ano, que determina que as atividades comerciais deverão recorrer a negociações coletivas autorizando o exercício laboral aos domingos e feriados, o que tende a dificultar a abertura dos estabelecimentos em dias considerados não uteis. A CNC participa de uma mesa nacional de negociação que tem intuito de adequar a nova diretriz às peculiaridades das atividades econômicas exercidas pelo comercio de bens, serviços e turismo.