A quarta-feira, 20, será agitada nas ruas de Buenos Aires. Os argentinos sairão às ruas no primeiro protesto de massa contra o governo do presidente eleito Javier Milei. Convocadas pela Unidad Piquetera e pelo Polo Obrero, as manifestações são uma reação ao plano de ajuste econômico que o ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou na semana passada. O governo argentino promete prender e cortar benefícios sociais dos manifestantes que bloquearem as ruas.
Os piquetes desta quarta-feira marcam o 22º aniversário das revoltas populares de 20 de dezembro de 2001 – conhecido como “estallido social” – que culminaram com a renúncia do então presidente Fernando de la Rúa. Os organizadores estimam entre 30 e 40 mil participantes no protesto contra Milei, seja em tradicionais pontos de encontro na grande Buenos Aires, no Congresso Nacional ou na Praça de Maio. A perspectiva é reunir setores do movimento operário argentino, como metalúrgicos, gráficos e trabalhadores do setor de telecomunicações, professores, advogados e ativistas dos direitos humanos.
REPRESSÃO
Nesta segunda-feira, a ministra do Capital Humano da Argentina, Sandra Pettovello, anunciou que vai cortar os benefícios sociais dos manifestantes que realizarem bloqueios. “Só quem não vai receber pelo plano é quem vai à passeata e bloqueia a rua: quem bloqueia não recebe”. Antes, a ministra da Segurança Nacional, Patrícia Bullrich, já havia anunciado um agressivo pacote de medidas contra bloqueio de ruas e demais vias públicas no país. Candidata derrotada à presidência pela coalizão “Juntos por el Cambio”, do ex-presidente Mauricio Macri, Patrícia sustentou que os protestos seguem “permitidos”, mas deverão ocorrer nas calçadas, e não nas ruas, como fazem tradicionalmente or argentinos.
O governo Milei começa, em 1º de janeiro, a retirar os subsídios estatais aos transportes e serviços públicos (eletricidade, água e gás). Os cortes de subsídios, somado a uma desvalorização do peso argentino, tem o objetivo do governo é reduzir em 5% os custos do estado.