O anúncio feito pela S&P Global Ratings de perspectiva estável para a nota BB do Brasil, apenas dois degraus abaixo do grau de investimentos, não foi a única boa notícia. A agência anunciou esperar que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 3% em 2023 e desacelere a 1,5% em 2024, seguido de uma expansão próxima de 2% em 2025 e 2026. Mesmo assim, este desempenho ainda se mantém em nível muito fraco, o que comprime o rating de crédito brasileiro.
Para justificar a melhora, aprovação da reforma tributária, que marca um progresso na questão fiscal nacional, segundo a classificadora. No lado oposto da avaliação positiva está a expectativa de “progresso lento” na gestão dos desequilíbrios fiscais e a perspectiva fraca para o crescimento econômico. A agência, entretanto, ressaltou que estes pontos negativos são contrabalançados por uma posição externa forte e pelo efeito da política monetária na ancoragem das expectativas de inflação.
POSIÇÃO FORTE
Em nota, a S&P pontua que o Brasil deve manter uma posição externa forte, sustentada pela produção forte de commodities e por sua necessidade de financiamento externo. A agência também destacou a estrutura institucional brasileira, que fornece “amplos freios e contrapesos” nos três poderes.
Já o déficit geral do governo deve ficar em média de 6,2% entre 2023 e 2026, refletindo “os desafios de cumprir as promessas de campanha” do governo Lula, paralelo a um elevado custo de juros e um sucesso “apenas gradual” em medidas fiscais.
A S&P pontua que o crescimento brasileiro mais alto em 2023 foi sustentado por um forte desempenho agrícola e por um consumo interno resiliente motivado por um setor de empregos “robusto” e pela recuperação da taxa real de salários.