A inflação no setor de bares e restaurantes apresentou uma variação de 0,32% em novembro, conforme dados divulgados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este número está alinhado com o índice geral, que registrou um aumento de 0,28% no último mês, mas é bem menor do que o registrado pela alimentação no domicílio, que chegou a 0,75%. Os alimentos e bebidas também tiveram alta expressiva, com 0,63% em novembro.
No acumulado do ano, a inflação do setor atingiu 4,75%, acima do índice geral de 4,04%, apontando para uma recuperação mais significativa. De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) com 3.190 empreendedores em todo o país no final de novembro, 29% afirmaram não conseguir ajustar os preços dos cardápios conforme a inflação nos últimos meses. Outros 39% realizaram reajustes conforme a inflação, enquanto 28% aumentaram os preços, mas abaixo do índice geral. Apenas 4% indicaram ter feito ajustes acima da inflação.
O aumento dos insumos em novembro já entrou no radar dos empreendedores. A pesquisa da Abrasel revela que 59% deles esperam aumento nos alimentos e bebidas até o fim de 2023, e 63% afirmam que terão que aumentar os preços no cardápio se essa alta se concretizar.
“Os bares e restaurantes tem margens pequenas para alterar valores do cardápio. Buscamos sempre alternativas como mudanças de receitas e ficha técnica, evitar desperdícios e compras antecipadas para obter desconto. O empresário deve ficar atento com novidades do setor e os detalhes do próprio negócio para se mover rapidamente”, detalha João Melo, presidente da Abrasel no RS.
Outra boa notícia para parte do setor pode vir do turismo. Em novembro, as hospedagens subiram 2,17%, e os pacotes turísticos 2,09%, indicando uma procura expressiva dos consumidores por viagens de fim de ano. Isso pode gerar um impacto positivo para os bares e restaurantes nas cidades mais turísticas durante o verão.