O preço do aluguel em Porto Alegre segue batendo recorde. Em novembro, o valor médio do metro quadrado atingiu R$ 31,83, alta de 0,96% em comparação com outubro. Os dados são do índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, divulgado nesta quinta-feira, 14. Em 12 meses, a alta acumulada é de 14,62%, maior percentual registrado desde 2020.
O aumento nos últimos 12 meses registrado na capital é o maior em toda a série histórica. Segundo Pedro Capetti, especialista em dados do Grupo QuintoAndar, trata-se de um sinal diferente do registrado em diversas capitais do país, como São Paulo e Curitiba, por exemplo, que, após a forte recuperação dos preços no cenário pós-pandemia, começam a observar uma desaceleração.
“O baixo número de imóveis disponíveis, identificado por diferentes pesquisas setoriais, e o fato de o mercado ter andado de lado nos últimos anos são alguns dos fatores que explicam esse momento vivido pelo mercado de locação em Porto Alegre. É um movimento contrário do observado em outras importantes cidades do país”, destaca.
Segundo o indicador, o crescimento dos preços está espalhado por todas as regiões da cidade de Porto Alegre. Dos 42 bairros analisados pelo índice, 33 tiveram valorização nos últimos 12 meses, o equivalente a 80% das regiões da cidade. No período, o Partenon registrou a maior valorização da capital gaúcha, com 49,8% de aumento no preço do metro quadrado. O bairro da região leste é seguido por Jardim Botânico (47,1%), Auxiliadora (45%), Cidade Baixa (38,4%) e Mont’Serrat (36,7%).
Entre os tipos de imóveis monitorados pela pesquisa, os de dois e três dormitórios impactaram para esse movimento, com alta de 2,09% e 0,99% em comparação com outubro, respectivamente. Já aqueles com um quarto registraram retração dos preços no mês passado, de 1,72%.
Apesar do preço elevado na cidade, os consumidores ainda têm encontrado espaço para negociação. Dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb mostram que o desconto médio das transações feitas em novembro foi de 3,3% – estável em comparação com o mês anterior.
“Um desconto em torno de 3,3% parece pequeno, mas pode representar muitas vezes uma benfeitoria no imóvel durante um contrato de 30 meses de aluguel. Os números mostram que há espaço para o inquilino barganhar e conseguir um preço que caiba em seu bolso, apesar do mercado aquecido”, ressalta o especialista.