O governo eleito de Javier Milei já tem um plano de choque econômico com cortes de gastos públicos e uma forte desvalorização cambial. A disposição é uma tentativa de neutralizar a pior crise econômica do país em décadas. O anúncio foi feito pelo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, definindo que o peso argentino será enfraquecido para cerca de 800 pesos por dólar, dos cerca de 365 pesos por dólar atualmente – desvalorização de 54%, com o objetivo de incentivar os setores produtivos para aumentar a produção.
O ministro afirmou ainda que o governo irá substituir o atual sistema de aprovação de importações e avançará na eliminação de impostos sobre as exportações, numa tentativa de melhorar o fluxo comercial do país, que sofre atualmente com a escassez de divisas. As transferências discricionárias para as províncias serão reduzidas ao mínimo e as licitações de obras públicas serão suspensas.
Além disso, serão reduzidos os subsídios à energia e aos transportes, mas duplicados os gastos sociais para os mais pobres, numa tentativa de evitar um aumento da pobreza, que supera os 40% da população.
AS MEDIDAS
- Contratos de trabalho no Estado com menos de um ano não serão renovados.
- Fica decretada a suspensão das comunicações oficiais do Governo Nacional nos meios jornalísticos por um ano.
- Ministérios serão reduzidos de 18 para 9, e as secretarias de 106 para 54, para reduzir os cargos hierárquicos na administração nacional em mais de 50%.
- Redução ao mínimo das transferências discricionárias do Estado Nacional para as províncias.
- Governo não lançará mais obras públicas e cancelará as licitações cujo desenvolvimento da obra não tenha sido iniciado.
- Subsídios às tarifas de serviços públicos e transporte serão reduzidos “Isto implicará um aumento nas contas de luz e gás, além das passagens de trem e ônibus que impactarão especialmente a capital e a Grande Buenos Aires”.
- Plano “Potenciar Trabajo” será mantido de acordo com orçamento de 2023 e os planos sociais serão reforçados sem intermediários: Abono Universal por Criança duplicará seu valor e o Cartão Alimentar aumentará 50%.
- Taxa de câmbio oficial vai para os 800 pesos por dólares, o que implica uma desvalorização de 54%.
- Abertura de importações. “Vamos substituir o sistema de importação SIRA por um sistema estatístico e de informação que não exigirá aprovação prévia de licenças”, afirmou Caputo.