O governo eleito de Javier Milei já tem um plano de choque econômico com cortes de gastos públicos e uma forte desvalorização cambial. A disposição é uma tentativa de neutralizar a pior crise econômica do país em décadas. O anúncio foi feito pelo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, definindo que o peso argentino será enfraquecido para cerca de 800 pesos por dólar, dos cerca de 365 pesos por dólar atualmente – desvalorização de 54%, com o objetivo de incentivar os setores produtivos para aumentar a produção.
O banco central da Argentina vai manter a taxa básica de juros em 133%, segundo um comunicado publicado na manhã desta quarta-feira, e adotará uma nova medida que enfraquecerá constantemente o peso em 2% a cada mês após a forte desvalorização planejada.
Em um comunicado emitido no fim da noite desta terça-feira, 12, o Banco Central da República Argentina (BCRA) afirma que, “guiado pela prudência e pela flexibilidade”, considera apropriado manter a taxa de política monetária. Com isso, a taxa das Letras de Liquidez (Leliq) de 28 dias seguirá em 133%. “O BCRA continuará a monitorar a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado cambial e dos agregados monetários para calibrar sua política de taxas de juros e de gestão da liquidez.”
O ministro afirmou ainda que o governo irá substituir o atual sistema de aprovação de importações e avançará na eliminação de impostos sobre as exportações, numa tentativa de melhorar o fluxo comercial do país, que sofre atualmente com a escassez de divisas. As transferências discricionárias para as províncias serão reduzidas ao mínimo e as licitações de obras públicas serão suspensas.