Porto Alegre terá as duas usinas de asfalto operando com energia limpa em 2024

Projeto prevê a compra de energia limpa para os prédios municipais, gerando economia de R$ 3,2 milhões aos cofres públicos

Foto: Mateus Raugust/PMPA/Divulgação

A Prefeitura confirmou para o próximo ano o início da operação das duas usinas de asfalto da Capital com fornecimento de energia limpa, nos bairros Restinga e Sarandi. O projeto prevê a compra de energia renovável inclusive para os prédios de propriedade do município. A iniciativa foi desenvolvida pela Secretaria Municipal de Parcerias. A operação ficará a cargo da Secretaria Municipal da Fazenda.

De acordo com Alex Sander Zanotelli Martins, engenheiro eletricista responsável pela iniciativa, Porto Alegre será pioneira entre as capitais do país a usar este tipo de energia em usinas de asfalto. A projeção dele é que, com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, haja economia aos cofres públicos municipais.

“Na questão ecológica ambiental, a gente prevê a redução de mais de 3 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Então contemplando todas as 67 unidades, isso representa uma redução aos cofres públicos na casa de 30% do que a gente consome hoje, do que a gente paga para a CEEE Equatorial. Isso representa, aproximadamente, 3,2 milhões de reais por ano de economia”, revelou Martins.

Ainda de acordo com o engenheiro Alex Sander Zanotelli Martins, a empresa contratada para a compra e distribuição de energia sustentável venceu um edital de licitação promovido pela Prefeitura. “A empresa que venceu a licitação vai adquirir energia de fonte renovável, que pode ser energia eólica, energia solar, biogás, entre outras e vai fornecer para a Prefeitura. As unidades vão ser instaladas nos medidores que vão registrar toda a energia que consome e a empresa que vai fornecer energia precisa injetar no sistema elétrico nacional a energia que a gente está adquirindo, carimbada como energia limpa e sustentável”, explicou.

Porto Alegre já é a primeira capital do Brasil a usar o asfalto morno nas ruas, além do asfalto borracha, feito a partir de pneus descartados moídos, para a manutenção das vias. Mais de 40 ruas da Capital já receberam o asfalto borracha. Com relação ao asfalto reciclado, processo que está ainda em fase de contratação da empresa que fará a adaptação da usina do bairro Sarandi, Alex Sander garantiu que a qualidade do asfalto reciclado pode ser até superior ao mais comum, derivado do petróleo.

“Esse asfalto é reciclável, ele tem um tratamento especial. E tem outros tipos também que estão sendo implementados pela Prefeitura, que é o asfalto de borracha, oriundo de pneus velhos. Toda essa tecnologia nova já está sendo implementada e ela representa uma qualidade superior ao asfalto comum hoje que é o oriundo do petróleo”, assegurou.

Alex Sander Zanotelli Martins acredita que iniciativas voltadas à sustentabilidade são uma tendência em Porto Alegre que, segundo ele, deve servir como inspiração e referência para outras cidades. Conforme o especialista, o setor privado largou na frente neste sentido, mas destacou que a Capital é a primeira do país a implementar em 100% das unidades elegíveis a compra de energia no mercado livre.