A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) reduziu sua projeção para o crescimento do setor em 2023, apontando para um recuo de 2,3% neste ano comparado com uma previsão inicial de alta de 2,0%. Segundo o presidente da associação, Rodrigo Navarro, a reversão revela que o segmento e a atividade da indústria não acompanharam o crescimento da economia brasileira ao longo deste ano.
Em novembro, as vendas da indústria de materiais caíram 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a baixa é de 2,5% na comparação anual. E nos últimos 12 meses, a retração chegou a 3,0%. Entre as justificativas está o preço dos materiais de construção que tiveram uma disparada entre 2020 e 2022. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), acumula alta de 3,3% nos últimos 12 meses até novembro.
A queda no consumo das famílias, segundo a entidade, também pesou sobre a perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) da construção neste ano, que foi revisada para baixo pelas duas principais entidades do setor na semana passada. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também cortou a sua projeção para o PIB da construção no ano, só que de forma ainda mais drástica, passando de alta de 2,5% para queda de 0,5%.