Horas trabalhadas na indústria não crescem há quatro meses, aponta CNI

Pesquisa mostra que atividade e contratações caíram no mês passado

Crédito: Shutterstock/Cbic

Os efeitos da falta de política industrial e dos juros altos sobre a indústria seguem visíveis. A pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta sexta-feira, 8, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que a atividade industrial está menor em outubro do que estava em setembro. As horas trabalhadas na produção industrial, por exemplo, recuaram 0,4% no período, considerando os índices livres de efeitos sazonais. É o quarto mês consecutivo em que o indicador não cresce. A pesquisa acompanha empresas que representam 90% do produto industrial brasileiro.

O emprego industrial variou 0,1% na passagem de setembro para outubro de 2023 e está 0,5% menor do que no mesmo mês do ano anterior. Ao longo do ano, o emprego industrial intercalou avanços e recuos, mas segue positivo no acumulado do ano, com alta de 0,3%.

A pesquisa mostra que o rendimento médio real nos trabalhadores da indústria recuou 0,4% em outubro de 2023 em relação a setembro. No acumulado do ano até outubro, o avanço é de 2,7%. A massa salarial também teve queda e chegou em outubro 0,3% menor do que em setembro. Embora o indicador tenha recuado em sete meses do ano, o forte crescimento de abril de 2023 garante a alta de 3% no ano.

FATURAMENTO

O faturamento real da indústria se manteve estável na passagem de setembro para outubro de 2023. Desde o fim de 2022, o indicador intercala avanços e recuos, sendo as quedas mais intensas, delineando uma leve trajetória de queda. Na comparação com outubro de 2022, houve recuo de 0,8%. Na comparação do acumulado no ano até outubro, o índice acumula queda de 1%.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria atingiu 78,8% em outubro de 2023, 0,2 ponto percentual a mais do que em setembro. Desde junho, a UCI oscila entre 78,5% e 78,8%. Em relação ao observado em outubro de 2022, o uso do parque industrial teve queda de 1 ponto percentual.

Os brasileiros da região Sul defendem que a principal prioridade do governo em 2024 deve ser a geração de empregos, tema mais citado pela primeira vez na última pesquisa RADAR FEBRABAN, apresentada nessa sexta-feira, 8, para todo o país. A preocupação superou até mesmo saúde e educação, que costumam ser as mais lembradas.

As referências ao emprego como prioridade mais do que dobraram entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023 no Sul, ao passar de 11% para 29% das respostas entre os entrevistados. Na sequência aparecem saúde, com 27%, educação, com 13% e inflação e custo de vida, com 10%. Ainda, o receio de aumento do desemprego no Sul cresceu nos últimos 12 meses: era declarado por 37% dos entrevistados em dezembro do ano passado, oscilando agora para 39%, índice mais alto ao lado do registrado no Centro-Oeste.

Sobre as compras de final de ano, 51% declararam que vão comprar menos, resultado que saltou 6 pontos em relação a dezembro de 2022. Trata-se de mais da metade da população da região. Já sobre a inflação, o índice de brasileiros do Sul que esperavam o aumento da inflação era de 52% em dezembro de 2022 e oscilou a 53% nesta pesquisa, de modo que ainda representa mais da metade da população.

PREÇOS

Também na atual pesquisa, a região registra a maior percepção de alta de preços. A inflação aumentou ou aumentou muito para 61%, diminuiu ou diminui muito para 23% e ficou igual para 15%. Os itens de consumo que mais impactaram na inflação das famílias do Sul foram alimentos, com 63%; combustíveis, com 39%; e serviços de saúde ou medicamentos, com 26%. Os três também compõem o pódio em outras regiões do país. A preocupação para encher o tanque dos veículos, contudo, é superior à média nacional, de 30%.