O índice de Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) atingiu os 62,1 pontos e foi o menor para um mês de novembro desde 2020 (57,4 pontos). Na comparação com outubro de 2023, o índice recuou 1,8% (oitava queda marginal consecutiva). Os dados foram divulgados pela Fecomércio-RS e apontam que, em comparação com novembro de 2022, houve recuo de 19,1%.
Na média em 12 meses o indicador registrou o valor de 75,7 pontos e recuou 0,9% frente aos 12 meses encerrados em novembro de 2022. Entre os subindicadores, sete entre os nove pesquisados apresentaram queda na comparação marginal e todos tiveram redução na comparação interanual.
A maior queda foi verificada na avaliação de momento adequado para compra de duráveis, que apresentou queda de 8,9%. A avaliação sobre a segurança no emprego atual apresentou estabilidade e a perspectiva de consumo teve aumento de 2,2%. Já na comparação interanual, a queda foi disseminada e assumiram variações bastante significativas.
PERSPECTIVA PROFISSIONAL
A maior queda foi na perspectiva profissional (-48,5%), mas que deve ser interpretada com bastante cautela. Considerando o quadro atual do mercado de trabalho, com taxas historicamente baixas, após forte retomada em 2022, a falta de perspectiva de melhora profissional pode refletir também estabilidade na posição atual do emprego.
De maneira geral, apesar do mercado de trabalho gaúcho resiliente, dos juros estarem reduzindo e a inflação dar sinais claros de que muito provavelmente ficará dentro do limite superior da meta ainda em 2023, os orçamentos familiares se encontram pressionados por dívidas assumidas no passado e a restrição de crédito em 2023 na economia brasileira tem afetado o apetite por consumo.
“O consumidor gaúcho segue bastante cauteloso, tornando o ato de vender desafiador. Esse cenário exige cada vez mais de lojistas e prestadores de serviços o entendimento da atual conjuntura e das reais necessidades do consumidor”, completou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.