Facção alvo de ofensiva investiu R$ 350 mil em loja de móveis de luxo em Canoas

Principal alvo da Operação Galápagos era sócio do estabelecimento localizado no bairro Marechal Rondon

Foto: Divulgação

O principal alvo da Operação Galápagos é sócio de uma loja de móveis de luxo na rua São Pedro, bairro Marechal Rondon, em Canoas. A ofensiva, deflagrada pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) nesta quinta-feira, mira uma facção responsável por gerir um esquema de tráfico de armas e drogas em 12 municípios do RS e em SC. A investigação aponta que o líder do grupo investiu pelo menos R$ 350 mil no estabelecimento.

Segundo o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc, Dudu lidera um grupo com base na Vila São Borja, no bairro Sarandi, na zona Norte de Porto Alegre. Ele assumiu a posição após a morte do tio, que até então comandava o tráfico na localidade. Os parentes dele ainda eram vivos quando a facção investiu na loja de móveis. “Os tráfico gera muito dinheiro. Essa foi uma maneira que os criminosos encontraram para dar aparência legítima ao lucro ilícito”, afirmou Carraro.

Ao ser presa, a proprietária admitiu ter recebido valores de Dudu e Beto Fanho para abrir o empreendimento. Ela, no entanto, alega que não sabia que os dois eram traficantes. “Dudu era um cliente da loja. Ele ofereceu os valores para montarmos uma sociedade e aceitei, pois eu não tinha dinheiro. Só fiquei sabendo que ele era envolvido com o tráfico quando o tio dele morreu”, disse Carla.

A investigada também reconheceu ter tido conversado por telefone com Beto Fanho, mas alegou que não o conhecia pessoalmente. Em uma ligação interceptada pelos investigadores, o traficante pede valores ela e se queixa da recusa. “Investi mais de R$ 350 mil e agora tu não me dá nada”, exige.

O chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, não descarta que a loja também tenha recebido outros investimentos do tráfico. “Tudo aponta para lavagem de dinheiro, mas ainda estamos investigando”, concluiu.