A Americanas confirmou, em relatório pra investidores, a demissão de 5.526 trabalhadores entre os dias 27 de novembro a 3 de dezembro deste ano, incluindo aqueles que pediram demissão. A empresa entrou em recuperação judicial após ser identificado um rombo de aproximadamente R$ 20 bilhões.
No mesmo período das dispensas foram realizadas 359 admissões. A demissão voluntária, por iniciativa dos funcionários, corresponde a 306 registros. Até 3 de dezembro, o número de funcionários da Americanas caiu para 33.861 funcionários sob o regime CLT.
Na semana, o total de pagamentos somou R$ 438 milhões e o total de recebimentos foi de R$ 604 milhões.
ACORDO
Recentemente, a Lojas Americanas anunciou o fechamento de um acordo com seus credores no plano de recuperação judicial. A companhia receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, dividida entre recursos dos acionistas de referência e a conversão de dívida pelos bancos credores, e prevê que após a implementação do plano, sua dívida bruta cairá para R$ 1,8 bilhão. No final de 2022, dado mais recente, a dívida bruta da empresa era de R$ 37,3 bilhões.
A Americanas receberá um aporte de R$ 12 bilhões por parte de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da companhia, o que inclui o empréstimo concedido a empresas em dificuldades, de R$ 2 bilhões. Os credores converterão o mesmo montante em ações da companhia. No aumento de capital, a cada três ações emitidas, haverá um bônus de subscrição adicional, ao preço de exercício de R$ 0,01.
Após o aumento de capital de R$ 24 bilhões, a Americanas destinará até R$ 8,7 bilhões para pagar os credores financeiros, através de um leilão reverso de R$ 2 bilhões, ou então do pagamento antecipado de créditos com desconto, ao qual serão destinados R$ 6,7 bilhões. Depois dessas operações, a empresa prevê que sua dívida bruta cairá para até R$ 1,875 bilhão, deixando sua estrutura de capital mais leve que a atual.
A companhia entrou em recuperação judicial no dia 19 de janeiro, com dívidas da ordem de R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores. O pedido de recuperação judicial aconteceu uma semana após o ex-presidente da empresa Sergio Rial assinar um comunicado em que revelava a existência de R$ 20 bilhões em “inconsistência contábeis” no balanço da varejista.