O setor do comércio e serviços poderá chegar ao final de 2024 com um desempenho de alta de 1,8%, seguido da indústria, com 1,4% e agropecuária, com 1,3%. Para este ano, as vendas no comércio gaúcho têm alta de 2% e ficam acima da média nacional. A estimativa, com base nas projeções apresentadas no Boletim Focus do Banco Central (BC), é da Federação Varejista do Rio Grande do Sul apresentada em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 6.
Conforme a entidade, no encerramento deste ano os setores com altas mais expressivas foram veículos, motocicletas e peças (10,5%) seguido de artigos farmacêuticos e médicos (5,8%) e Combustível e lubrificante (5,6%). O pior desempenho foi o atacadista de alimentação e bebidas com redução de 12,5%; jornais, livros, revista e papelaria (-9,3%) e tecidos, vestuário e calçados (-8,1%).
“Ao longo do ano de 2023, observamos uma desaceleração no ritmo de crescimento das vendas no comércio. Esse fenômeno indica que as vendas se mantiveram ascendentes, contudo, a um ritmo mais moderado em comparação com períodos anteriores. No cenário estadual, o crescimento concentrou-se principalmente nos setores ligados à mobilidade e em produtos essenciais”, afirmou o presidente da Federação Varejista do Rio Grane do Sul, Ivonei Pioner.
O dirigente destaca que a queda significativa registrada em setembro, mês marcado por enchentes que impactaram o estado, acentuou ainda mais o processo de desaceleração nas vendas. “Essa conjuntura revela a influência de fatores externos no desempenho comercial, reforçando a necessidade de análises mais detalhadas para compreender os efeitos específicos em diferentes segmentos do mercado”, completou.
A comparação entre os diferentes setores mostra que o setor de serviços teve alta de 6% enquanto a indústria registrou índice negativo de 5,1%. Os dados econômicos são referentes aos três primeiros trimestres do ano, sendo necessário aguardar o final de dezembro para ter a informação completa do ano.
INADIMPLÊNCIA
A inadimplência mostrou uma queda acentuada no mês de outubro de 2023 alcançando 3.1%. Os patamares vinham oscilando de 6% a 8% de janeiro até setembro. Os maiores credores são os bancos (59,3%) seguidos de fornecedores de água e luz (13,2%). O comércio aparece logo atrás com 9,4%.
No caso da geração de empregos, as projeções para o encerramento de 2023 no cenário gaúcho revelam uma perspectiva otimista com a expectativa de uma queda na taxa de desemprego e um aumento na renda média da população. Apesar desses indicadores positivos, é importante notar que a inadimplência continua a crescer, embora a taxas substancialmente inferiores às observadas no início do ano.
Ainda assim, a evolução do panorama do consumidor aponta para um ambiente propício ao consumo. A redução do desemprego e o aumento da renda média contribuem para fortalecer a capacidade de compra da população, sinalizando uma possível retomada do dinamismo econômico no estado. É fundamental acompanhar de perto essas tendências, pois elas têm implicações significativas tanto para o mercado como para a qualidade de vida dos cidadãos gaúchos.