A continuidade da política de desoneração da folha de pagamentos para os 17 setores econômicos que mais empregam no Brasil centraliza as atenções esta semana em eventos empresariais. Nesta quarta-feira, 6, a Federasul o debate sobre os ‘Impactos Sociais no Emprego e Renda pelo Fim da Desoneração da Folha’, com a participam dos presidentes do Conselho Deliberativo da Abicalçados, José Paulo Boelter e do Setcergs, Sérgio Gabardo, mais o vice-presidente do Sinduscon, Ricardo Michelon e a deputada Any Ortiz, relatora do projeto na Câmara e coordenadora da bancada gaúcha.
O tema também foi pauta de encontro de entidades setoriais que representam os segmentos desonerados e deputados da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor Coureiro-Calçadista no Instituto Caldeira, nesta terça-feira. Um dos participantes, o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, ressaltou que os setores hoje desonerados contribuem, diretamente, com mais de 9 milhões de empregos no País. Somente no setor calçadista, contando a cadeia produtiva integrada, são mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos.
Segundo ele, diferentemente do que alegam os contrários à política, os setores desonerados apresentaram mais que o dobro de crescimento em emprego, em comparação aos segmentos reonerados, entre 2018 e 2022 (crescimento de 15,5% ante 6,8% no período). Destacou que, somente para o setor coureiro-calçadista, o impacto seria uma carga tributária extra de mais de R$ 700 milhões por ano. Já no emprego, seria de cerca de 20 mil postos perdidos em um ano.